O primeiro-ministro do País de Gales, Vaughan Gething, anunciou esta terça-feira a renúncia ao cargo depois de vários membros do seu governo se terem demitido devido a um escândalo de donativos financeiros para a campanha eleitoral. “Tomei esta manhã a difícil decisão de iniciar o processo de demissão do Partido Trabalhista do País de Gales e, consequentemente, do cargo de primeiro-ministro”, avançou o político, horas depois de quatro membros do governo regional se terem demitido, exigindo a sua demissão em cartas divulgadas nas redes sociais.

Gething, filho de pai galês e mãe zambiana, fez história em março, quando se tornou o primeiro líder negro de um governo no Reino Unido. No entanto, foi criticado por ter aceitado 200 mil libras (cerca de 238 mil euros) durante a campanha para a liderança do Partido Trabalhista galês de uma empresa de reciclagem cujo proprietário foi considerado culpado de infrações ambientais e de violação das normas de saúde e segurança.

O caso levou o partido nacionalista galês Plaid Cymru a pôr fim em abril a um acordo de cooperação com o governo minoritário trabalhista de Gething, que precisa do apoio da oposição para aprovar leis. No mês seguinte, Gething perdeu uma moção de censura não vinculativa no parlamento do País de Gales, o Senedd.

“Esperava que durante o verão pudesse ter lugar um período de reflexão, reconstrução e renovação sob a minha liderança”, afirmou Vaughan Gething, num comunicado a propósito da sua renúncia. “Reconheço que isso não é possível”, acrescentou.

O País de Gales, que tem uma população de cerca de 3 milhões de habitantes, é uma das quatro partes do Reino Unido, juntamente com a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda do Norte.

O Governo de Londres é responsável pela Defesa, Negócios Estrangeiros e outras questões de âmbito britânico, enquanto os executivos regionais em Cardiff, Edimburgo e Belfast gerem áreas como a Educação e a Saúde.

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