Thomas Crooks, o jovem que baleou Donald Trump no último sábado, terá feito voar um drone sobre o local onde o candidato republicano às eleições dos EUA iria discursar num comício horas depois. Os investigadores do caso, para quem os motivos do ataque continuam a ser uma incógnita, encontraram esse dispositivo no carro utilizado por Crooks e estão convencidos de que terá sido usado para estudar aquele local não só na manhã antes do comício como, também, seis dias antes.

A informação foi avançada pelo The New York Times, que cita fontes ligadas às autoridades policiais. Estas fontes revelaram que Thomas Crooks, que vivia a cerca de uma hora de distância de Butler (Pensilvânia), a vila onde o atentado aconteceu a 13 de julho, não só passou pelo local do comício naquela manhã como, também, terá visitado o local no dia 7 de julho.

Em ambas as ocasiões, Crooks terá usado o drone para sobrevoar o local. Para outro jornal que também noticiou a descoberta do drone, o The Wall Street Journal, esta revelação reforça as dúvidas sobre a eficácia do trabalho de segurança feito na preparação do comício.

Este jornal acrescenta que o drone não foi pilotado em tempo real por Crooks mas terá sido programado para percorrer um trajeto pré-definido na zona do Butler Farm Show, recolhendo imagens que o jovem poderá ter analisado posteriormente para preparar o ataque.

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Praticou tiro e comprou munições. As últimas horas de Thomas Crooks, o jovem que tentou matar Donald Trump

Além do drone que foi encontrado no Hyundai Sonata conduzido pelo jovem, os investigadores encontraram no carro dois dispositivos explosivos rudimentares. Não é clara, aos olhos da polícia, a intenção que Crooks tinha para aqueles explosivos: ou quereria detoná-los com o intuito de causar ainda mais vítimas ou, então, a detonação poderia servir apenas como uma forma de esconder provas e distrair a polícia enquanto o jovem fugia do local.

Crooks acabou por ser abatido pelas autoridades, depois de alvejar Trump na orelha e matar um homem que estava na plateia – ferindo, também, com gravidade, outras duas pessoas.

As duas visitas de Thomas Crooks ao local do crime – na manhã do ataque e também no dia 7 de julho – foram registadas pela geolocalização de um dos seus smartphones. Além do aparelho que foi encontrado no corpo de Thomas Crooks, também foi encontrado um segundo smartphone que seria usado regularmente pelo jovem mas que foi encontrado pelas autoridades nas buscas, posteriores, à casa onde vivia.

Todos estes equipamentos já foram escrutinados pelo FBI, que descobriu, também, que Thomas Crooks tinha pesquisado imagens não só de Donald Trump mas, também, de Joe Biden. E além de ter pesquisado por informações sobre os comícios da campanha de Trump também quis saber mais sobre a convenção do partido democrata (liderado por Joe Biden), o que está a deixar os investigadores ainda mais confusos sobre as motivações do atacante e sobre eventuais ideologias políticas que apoiava – se é que apoiava algumas.

Gostava de xadrez, estudava programação e era eleitor republicano. Quem é Thomas Crooks, o jovem de 20 anos que disparou contra Trump?