O Tour tem mais encanto na hora da despedida. Depois de 21 longas etapas, divididas por 3.498 quilómetros e França, Itália, San Marino e Mónaco, a 111.ª edição da Volta a França terminou em… Nice. Ao contrário do que aconteceu desde 1903, ano da primeira edição, a maior competição de ciclismo do mundo não terminou em Paris, devido à realização dos Jogos Olímpicos na capital francesa. Assim, para este domingo estava reservado um contrarrelógio de 33,7 quilómetros e com início nas icónicas ruas do Mónaco.

Com a vitória sentenciada, Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) somou a dobradinha Giro-Tour no mesmo ano, algo que não acontecia desde 1998, com Marco Pantani. Esta foi a terceira vez que o esloveno conquistou a Grande Boucle, desempatando com o grande rival Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), que venceu as edições de 2022 e 2023. Além da vitória do esloveno, Biniam Girmay (Intermarché-Wanty) conquistou a classificação dos pontos, Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) a da montanha e a de supercombativo, e Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), terceiro da geral, ficou com a camisola de melhor jovem. A melhor equipa foi a Emirates.

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A geral estava praticamente resolvida à partida para esta derradeira etapa, depois de a última etapa dos Alpes ter finalizado as últimas batalhas. Ainda assim, havia um lugar em discussão no top 10: o décimo. Giulio Ciccone (Lidl-Trek) entrou para o contrarrelógio a fechar os 10 primeiros, mas apenas com 22 segundos de avanço para Santiago Buitrago (Bahrain-Victorius).

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Com Lenny Martinez (Groupama-FDJ) e Harold Tejada (Astana) a liderarem nas primeiras horas do contrarrelógio, as grandes emoções ficaram guardadas para o final. Pogacar pulverizou toda a concorrência no final da primeira subida, ganhando sete segundos a Vingegaard e 26 a Evenepoel. Nesta fase, João Almeida (Emirates) perdia 14 segundos para Mikel Landa (Soudal Quick-Step), pelo que o quarto lugar ainda não estava fechado. Na luta pelo 10.º lugar, Buitrago já tinha ultrapassado Ciccone.

O cenário manteve-se no segundo ponto intermédio, com o esloveno a aumentar a vantagem para 24 segundos e 51, respetivamente. Almeida recuperou e reduziu a desvantagem para Landa para seis segundos, ao passo que Buitrago carimbou o pódio. Derek Gee (Israel-Premier Tech) lá conseguiu destronar Tejada, embora por pouco tempo, já que Matteo Jorgenson (Visma) quebrou o registo logo a seguir.

Apesar da liderança ter ainda passado por Evenepoel e Vingegaard, Pogacar vinha mais rápido que os adversário e sentenciou a sexta vitória neste Tour, fazendo ainda mais jus à alcunha de canibal e igualando o registo alcançado no Giro deste ano. Na segunda posição ficou o dinamarquês, a 1.03 minutos, e a completar o pódio ficou o belga, a 1:14. João Almeida voou na segunda fase do contrarrelógio e terminou em quinto, a 2.18. Na geral, Tadej Pogacar venceu o Tour com 6.17 minutos de vantagem para Jonas Vingegaard e 9.18 para Remco Evenepoel. João Almeida terminou na quarta posição, a 19.03, naquele que é o segundo melhor registo de um português na prova, apenas superado pelos dois terceiros lugares de Joaquim Agostinho.