Assim que se soube que tinha havido um tiroteio num comício de Donald Trump, a menos de uma hora de distância da sua casa, Matthew Crooks apercebeu-se de duas coisas que o levaram a telefonar imediatamente para a polícia. A primeira coisa é que o seu filho, Thomas, de 20 anos, não estava em casa. E a segunda constatação que fez foi que uma das suas armas – uma espingarda AR-15 – não estava no local onde devia estar.

Segundo várias fontes policiais que falaram com a NBC News, a polícia enviou imediatamente uma unidade de patrulha à casa onde o jovem morava, com os pais. Pouco mais tarde, quando foi confirmada a sua identidade, foram feitas buscas na habitação e, em particular, ao quarto de Thomas. Segundo o The Wall Street Journal, era um quarto extremamente desarrumado e sujo, quase ao ponto de se poder considerar que o jovem era um acumulador compulsivo.

A arma cuja falta Matthew Crooks notou era uma das cerca de 12 que eram propriedade do pai. Os dois costumavam ir para um campo de tiro perto da sua casa, como já tinha sido noticiado, e era aí que pai e filho usavam algumas dessas armas. Agora, tanto o pai de Thomas como a mãe, que é invisual, estão a colaborar com as autoridades – mas não estão a conseguir ajudar muito no trabalho da polícia, que continua sem conseguir apontar uma motivação para o ataque.

O que o The Wall Street Journal acrescenta, ao pouco que se sabe sobre o que levou Thomas Crooks a cometer aquele ato, é que o jovem pediu ao chefe do serviço onde trabalhava, num lar de terceira idade, que ia precisar de tirar folga no sábado porque tinha algo importante para fazer. Acabou por ser nessa tarde que subiu a um telhado perto de um comício de Trump e alvejou-o, um tiro que por centímetros não foi fatal.

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Uma semana depois do ataque, neste último sábado, o The New York Times revelou que Thomas Crooks terá usado a manhã do dia em que alvejou Trump para estudar melhor o local, inclusivamente usando um pequeno drone para recolher imagens. Aliás, já alguns dias antes, a 7 de julho, o jovem terá estado no mesmo local e a fazer a mesma coisa, noticiou o jornal.

Além desse drone, que foi encontrado no Hyundai Sonata conduzido pelo jovem, os investigadores encontraram no carro dois dispositivos explosivos rudimentares. Não é clara, aos olhos da polícia, a intenção que Crooks tinha para aqueles explosivos: ou quereria detoná-los com o intuito de causar ainda mais vítimas ou, então, a detonação poderia servir apenas como uma forma de esconder provas e distrair a polícia enquanto o jovem fugia do local.

Crooks acabou por ser abatido pelas autoridades, depois de alvejar Trump na orelha e matar um homem que estava na plateia – ferindo, também, com gravidade, outras duas pessoas.

As duas visitas de Thomas Crooks ao local do crime – na manhã do ataque e também no dia 7 de julho – foram registadas pela geolocalização de um dos seus smartphones. Além do aparelho que foi encontrado no corpo de Thomas Crooks, também foi encontrado um segundo smartphone que seria usado regularmente pelo jovem mas que foi encontrado pelas autoridades nas buscas, posteriores, ao seu (desarrumado) quarto.

Trump. Atirador usou drone para estudar local onde candidato iria discursar horas depois