Se não tem capacidade para se candidatar à Presidência, também não tem para continuar Presidente. Esta é a linha de argumentação de muitos dos republicanos que pediram que o ainda Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, não espere pelas eleições para sair.

Uma das vozes foi a do ex-Presidente e candidato republicano, Donald Trump. “Todas as pessoas à sua volta, incluindo o seu médico e os media, sabiam que não estava capaz de ser Presidente e não estava”, escreveu na sua conta da rede social Truth Social, salientando que não estava preparado para a candidatura, não está para a Presidência e acrescenta: “Nunca esteve”.

Não foi o único a expressar a mesma ideia. O porta-voz da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, também o fez: “Se Biden não serve para candidato a Presidente, não serve para Presidente. Tem de demitir-se imediatamente”, declarou na rede X.

O congressista Kevin Hern recorreu à rede social X para apelar a que Joe Biden se demita, após a retirada da corrida à Casa Branca. E o mesmo fez Steve Daines: “É por preocupação com a segurança nacional do nosso país que apelo formalmente ao Presidente Biden para que renuncie ao cargo.”

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“Se Joe Biden não se sente capaz de concorrer à reeleição, não está mais capaz de servir como Presidente”, escreve o governador Daines nas redes sociais. E depois justifica: “Ser Presidente é a tarefa mais difícil do mundo e já não tenho confiança de que Joe Biden possa cumprir eficazmente as suas funções como comandante-chefe [Commander-in-Chief].”

J.D. Vance, candidato a vice-presidente pelos republicados, já tinha dado o mote, mesmo antes de Biden ter anunciado a sua desistência. Poucas horas antes tinha questionado: “Se Joe Biden terminar a campanha da reeleição, como justifica continuar a Presidente? Não concorrer à reeleição seria a admissão clara que o Presidente Trump estava certo de que Biden não estava em condições mentalmente de ser chefe das forças armadas”. Já depois do anúncio de Biden, Vance colocou-o como o pior Presidente da sua vida.

Os republicanos, ao mesmo tempo que pedem a demissão de Biden (antes das eleições de 5 de novembro — sendo que a posse do novo Presidente acontece apenas em janeiro), já lançaram a campanha contra Kamala Harris. Aliás, numa primeira reação ao anúncio da oficialização da candidatura à nomeação de Kamala Harris, Donald Trump declarou que será mais fácil batê-la.

Na sua rede social, Trump continuou o ataque e questiona se o partido republicano não devia ser ressarcido por ter de começar tudo de início. “Só estou a perguntar”, escreveu na sua rede social. Para Trump devia ser indemnizado pela fraude que diz ter sido alvo de todos, no Partido Democrata, terem mentido quanto à capacidade de Biden de ser candidato.

E vai já sugerindo novo debate com candidatos, mas não na ABC. O debate com o candidato democrata — “quem quer que os radicais de esquerda democratas escolham” — devia voltar a acontecer. Mas sugere que seja na Fox News, em vez da ABC que chama de “Fake News ABC”.

Ainda na linha de ataque, há outro argumento do lado dos republicanos. Sean Cooksey, o republicano que está na comissão eleitoral (Federal Election Comission), sugere, na rede X, que Kamala Harris não poderá “herdar” as doações financeiras que foram entregues à candidatura de Biden. Sugerindo que deviam ser devolvidas a quem as deu.