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Milhares de manifestantes em protesto contra a guerra na Faixa de Gaza concentraram-se esta quarta-feira junto do Capitólio em Washington, onde o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, é esperado para discursar perante as duas câmaras do Congresso.

Gritando “vocês são uma vergonha”, os manifestantes viraram-se, na descrição da agência EFE, contra os congressistas que deverão assistir ao discurso do primeiro-ministro israelita, a convite dos líderes do Senado, o democrata Chuck Schumer, e da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson.

Manifestantes do chamado Movimento Juvenil Palestiniano alegaram que conseguiram introduzir uma grande quantidade de insetos (vermes e grilos) em corredores e divisões do edifício Watergate, onde Netanyahu e a sua delegação estão hospedados.

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Além disso, afirmaram que criaram o caos nas instalações ao ativar os alarmes de incêndio, embora o edifício esteja isolado e sob rigorosas medidas de segurança.

Transportando bandeiras e faixas palestinianas, os manifestantes que se juntaram no Capitólio acusaram os Estados Unidos de serem cúmplices da operação israelita na Faixa de Gaza, que segundo as autoridades locais, controladas pelo grupo islamita Hamas, já matou cerca de 40 mil pessoas, na maioria civis, desde 7 de outubro.

De acordo com a EFE, o Capitólio encontrava-se esta quarta-feira à tarde completamente cercado por polícias e manifestantes, que instalaram um palco a poucos metros do edifício sobre o qual se lia numa faixa “Palestina Livre”.

Com gritos de “genocida” e “criminoso de guerra”, os milhares de manifestantes expressaram o seu repúdio contra Netanyahu, que chegou à capital norte-americana na segunda-feira e que, na quinta, pretende reunir-se com o líder da Casa Branca, Joe Biden, e com a sua vice-Presidente, Kamala Harris.

A política democrata assumiu no domingo a candidatura às presidenciais de 5 de novembro contra o republicano Donald Trump, com o qual também é aguardado um encontro com Netanyahu na Florida.

Kamala Harris ultrapassa apoio necessário para garantir nomeação. Campanha arrecadou 100 milhões de dólares num dia

“Ele vem obter a aprovação dos Estados Unidos para a sua guerra”, acusou um dos organizadores do protesto no palco, acompanhado por pessoas de outros estados, que viajaram para Washington em autocarros.

Os manifestantes acusaram ainda o Presidente norte-americano de genocídio, e exigiram que os Estados Unidos deixem de ser cúmplices do massacre contra o povo palestiniano.

Na terça-feira, a Polícia do Capitólio deteve cerca de 200 pessoas que protestavam junto do Congresso.

Estas concentrações por ocasião da visita de Netanyahu acontecem pouco mais de dois meses após vagas de grandes protestos em universidades dos Estados Unidos, que se estenderam depois à Europa, contra a ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

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O atual conflito foi provocado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, que provocou quase 1.200 mortos e acima de 200 pessoas levadas na condição de reféns.

Em retaliação, Israel lançou desde então uma operação militar aérea e terrestre em grande escala na Faixa de Gaza, deixando o enclave palestiniano destruído e, segundo a ONU, mergulhado num desastre humanitário.