Tutores de férias e maior incidência de doenças felinas devido ao calor motivaram uma descida acentuada das reservas de sangue de gato. Segundo o Banco de Sangue Animal, os níveis estão em estado crítico, impedindo os veterinários de prestar a assistência necessária a animais doentes que precisem de receber transfusões.
As condições para a doação são simples: o gato tem de ter entre um e 10 anos de idade e pesar mais de três quilos. A ausência de vacinação não é fator de exclusão para a doação, responsabilizando-se o banco pela vacinação se for necessário.
Ao Observador, Raquel Soares, médica veterinária e coordenadora geral do Banco de Sangue Animal em Lisboa, refere que existem outras vantagens para os tutores que permitam a doação de sangue dos seus animais. “Além das vacinas em falta, oferecemos o chip, desparasitação, prova cardíaca e um check-up anual”, refere.
Os tutores que pretendam inscrever-se devem contactar previamente a entidade para agendar as dádivas. O banco disponibiliza um sistema de transporte de animais — do domicílio até ao laboratório de recolha e vice-versa — que cobre grande parte do território nacional, com os principais centros em Lisboa e no Porto.
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No Instagram, o Banco de Sangue Animal deixa o apelo a todos os tutores de gatos. “O seu gatinho pode fazer a diferença e salvar vidas”, destaca-se na publicação onde são divulgados os contactos telefónicos e e-mail para a inscrição.
Segundo Raquel Soares, não é só quando ocorrem acidentes e cirurgias que é preciso sangue para transfusões. “O calor afeta os animais e aumenta o risco de desenvolverem doenças relacionadas com parasitas”, afirma. Nestes casos as transfusões de sangue ajudam a manter o animal saudável no período de atuação da medicação adequada.