Novas alegações de abuso equestre estão a ensombrar os Jogos Olímpicos de Paris, depois de Max Kuehner, que compete pela Áustria na modalidade de prova de salto de obstáculos, no hipismo, ser acusado de bater nas pernas do seu cavalo de competição com uma barra.

Esta prática — de bater nas pernas do cavalo durante um salto, forçando o animal a saltar mais alto — foi proibida na Alemanha em maio de 2023. É conhecida como “rapping” e a sua ilegalização em território alemão levou o Ministério Público de Munique a acusar o atleta austríaco, que figura em terceiro lugar no ranking mundial da modalidade, de violar a lei alemã de bem-estar animal, avança o The Telegraph.

A Federação Equestre Austríaca nega irregularidades e garante que o atleta está em condições de competir em Versalhes nas provas de salto de obstáculos individual e em equipa. “Podemos confirmar, com base em tudo o que observamos durante os anos de trabalho com Max, que a maneira como seus cavalos são mantidos, treinados e apresentados é da mais alta qualidade”, disse o órgão regulador ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung .

Kuehner já tinha enfrentado alegações de crueldade animal, em 2008, quando, através de uma carta anónima, foi acusado de usar um fio para fazer o seu cavalo saltar com mais precisão. Na altura, o método de treino do animal, apesar de controverso, não foi tido como motivo suficiente para uma punição.

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Na quarta-feira, uma campeã olímpica britânica na modalidade de dressage (adestramento hípico) foi banida dos Jogos Olímpicos de Paris depois de ter sido divulgado um vídeo onde aparece a chicotear um cavalo pelo menos 24 vezes, “como se fosse um elefante num circo de animais”, na descrição feita na queixa que levou ao seu afastamento. Foi um “erro de julgamento”, admitiu Charlotte Dujardin.

Dressage. Campeã britânica Charlotte Dujardin banida dos Jogos Olímpicos por maus tratos a cavalo

A visualização das imagens levou a Federação Internacional de Desportos Equestres (FEI) a banir a atleta, com efeitos imediatos. “Naquela época, a minha cliente pensou que aquela conduta seria normal. Afinal de contas, ela [Dujardin] é uma campeã olímpica… quem sou eu para questionar?”, diz o advogado, citado pelo The Guardian. Depois, porém, “a jovem perguntou a outras pessoas se aquilo era normal e terá sido avisada para não falar sobre aquilo”.