O Partido Comunista Português reagiu ao resultado das eleições da Venezuela, considerando que “reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano” e saudando a reeleição de Nicolás Maduro como Presidente do país. Quanto ao Governo português, condenou a reação.
Em comunicado, o PCP saudou “o conjunto das forças progressistas, democráticas e patriotas venezuelanas” que alcançaram a vitória e derrotaram o “projeto reacionário, antidemocrático e de abdicação nacional.”
O partido repudiou ainda o que considera serem “manobras de ingerência nas eleições da Venezuela, que foram amplamente propagandeadas”. “O PCP denuncia as ações internas e externas que visem pôr em causa a legitimidade, colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados, à semelhança do que se verificou em anteriores atos eleitorais por parte das forças de extrema-direita golpista”, refere-se.
Depois de condenar a reação do Governo, “alinhada com a política de ingerência dos EUA e da UE”, o PCP acrescentou que o que exige ao Executivo liderado por Montenegro “é uma postura de respeito pela soberania e independência da República Bolivariana da Venezuela e da vontade do povo venezuelano livre e democraticamente expressa nas urnas – a postura que verdadeiramente defende os interesses de Portugal e do povo português, nomeadamente da comunidade portuguesa na Venezuela”.
No comunicado, argumentou ainda que, com o suporte da UE e de forças políticas portuguesas, os EUA e a “extrema-direita golpista venezuelana” promovem tentativas de golpe de Estado e de sabotagem económica, instando o fim “das medidas coercivas impostas pelos EUA contra o povo venezuelano”, que também atingem a comunidade portuguesa do país.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que o Presidente cessante Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos.
Maduro obteve 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.
A oposição venezuelana reivindica a vitória nas eleições presidenciais de domingo, com 70% dos votos para o candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia obteve 70% dos votos, afirmou a líder opositora María Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.,,
Numa publicação na rede social X, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português considerou “ser necessária a verificação imparcial dos resultados eleitorais na Venezuela”. “Só a transparência garantirá a legitimidade; apelamos à lisura democrática e ao espírito de diálogo. Acompanhamos sempre a comunidade portuguesa”, sublinhou o ministério.
O MNE saúda a participação popular e considera ser necessária a verificação imparcial dos resultados eleitorais na Venezuela. Só a transparência garantirá a legitimidade; apelamos à lisura democrática e ao espírito de diálogo. Acompanhamos sempre a comunidade portuguesa.
— Negócios Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) July 29, 2024