“O BCP procura sempre criar condições para viabilizar as empresas desde que elas tenham viabilidade económica. Se não tiver, não contem com o BCP”. O presidente executivo do banco que será o maior credor da Inapa não quis opinar sobre o que Estado devia fazer na empresa. “O Estado tem toda a informação”, afirmou Miguel Maya durante a apresentação dos resultados semestrais do banco esta quarta-feira.

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A empresa de distribuição de papel apresentou esta semana o pedido de insolvência depois do Governo e da Parpública terem recusado o apoio de tesouraria de emergência de 12 milhões de euros pedido à Parpúblca para evitar a rutura na subsidiária alemã da Inapa. Mas, quando questionado sobre se o banco aceitava fazer uma redução da dívida para contribuir para a recuperação da empresa, Miguel Maya acrescentou:

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“Quando estamos a falar de empresas viáveis, mas com problemas de financiamento…. nessas condições estamos disponíveis para ser parte ativa na procura de soluções. Se a Inapa se enquadrava nesta situação (o que não clarificou), e se o esforço fosse repartido de forma equitativa, o banco estaria disposto a apoiar”.

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O presidente executivo do banco não quis confirmar o valor do crédito do BCP junto da Inapa  — algumas fontes referem 85 milhões de euros, mas a empresa referiu em comunicado uma garantia dada ao BCP para financiamentos de 34,6 milhões de euros — mas assegurou que tudo o que de negativo (perdas) havia a registar nas contas do BCP está registado nas contas semestrais. Logo, tudo que vier agora será positivo. Miguel Maya espera que possam ser encontradas soluções para a empresa. “Espero que possam surgir investidores que tragam coisas positivas para os seus trabalhadores”.

Destacou ainda que o banco deixou de ser acionista da Inapa em 2023, quando tinha 11% (chegou a ter mais). Foi tudo alienado porque essa era a política do banco de alienar todas as participações para se concentrar no core business.