Ismail Haniyeh, o líder político do movimento palestiniano Hamas, morreu na madrugada desta quarta-feira na sequência de um ataque atribuído a Israel. O Observador está a acompanhar ao minuto neste liveblog os desenvolvimentos desta notícia e da guerra na Faixa de Gaza.

Líder do Hamas morre em ataque lançado por Israel contra residência em Teerão

Eis o que já se sabe e o que falta saber sobre este acontecimento que pode mudar o rumo do conflito:

O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, encontrava-se na capital do Irão, Teerão, para participar na tomada de posse do novo Presidente iraniano, quando foi morto num ataque descrito pelo Hamas como “traiçoeiro”.

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O ataque ocorreu por volta das 2h locais, quando Haniyeh se encontrava na residência para veteranos de guerra em que ficou alojado durante a passagem por Teerão. O seu guarda-costas também terá morrido.

De acordo com as poucas informações avançadas até agora pela imprensa internacional, o edifício terá sido atingido por um projétil.

Citado pelo The Times of Israel, o portal de notícias libanês Al Mayadeen avança que foi usado um míssil disparado a partir de um país fora do território iraniano.

Entretanto, o Irão já confirmou que está a levar a cabo uma investigação completa ao caso. O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão esteve reunido de urgência para discutir a resposta a dar ao caso. Dessa reunião terá partido a ordem para uma retaliação direta ao Irão, segundo avançou o New York Times, citando três fontes iranianas.

Citando fontes iranianas, o The New York Times conta que as autoridades iranianas estão “em choque” com o ataque, que põe em causa a “reputação de segurança do Irão numa altura em que pretende projetar força na região”.

O ataque aconteceu um dia depois de um ataque israelita contra Beirute, no Líbano, em que Israel alega ter matado o comandante militar do Hezbollah — uma informação que não foi confirmada pelo grupo xiita.

Várias reações apontam para a possibilidade de este ataque fazer escalar a guerra na Faixa de Gaza para um conflito de dimensão regional.

A Turquia, aliada do Hamas, condenou o “assassinato vergonhoso” de Ismail Haniyeh, que, diz o país, “pretende alargar a guerra em Gaza para um conflito regional”.

A Rússia, por seu turno, sublinhou que a morte do líder do Hamas foi um “assassinato político absolutamente inaceitável” que “vai levar a uma maior escalada das tensões”.

Israel, por seu turno, ainda não se pronunciou sobre o caso. Hamas e Irão acusam Israel de ter levado a cabo o ataque, mas Israel mantém o silêncio sobre o assunto. Numa conferência de imprensa ao final da tarde, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu falou diretamente da morte do comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr, já reivindicada por Israel, mas não fez uma única referência a Haniyeh.

A China condena o assassinato de Haniyeh e diz-se “profundamente preocupada” com o risco de maior instabilidade na região.

O Irão declarou esta quarta-feira três dias de luto nacional devido à morte do líder político do Hamas, de acordo com um comunicado do governo.

A Rússia, com a presidência rotativa do órgão, convoco uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU relacionada com o assassinato de Haniyeh para esta quarta-feira.