Os Presidentes da Polónia e da Alemanha prestaram esta quinta-feira homenagem aos polacos massacrados pelas forças nazis durante a Revolta de Varsóvia, por ocasião do 80.º aniversário da insurreição, marcada pela morte de mais de 200 mil pessoas.

Esta quinta-feira, durante as primeiras horas da manhã, surgiram notícias de que a sobrevivente mais velha da insurreição ocorrida em 1944 (durante a Segunda Guerra Mundial), Barbara Sowa, de 106 anos, tinha morrido.

De acordo com a agência norte-americana Associated Press (AP), poucos sobreviventes participaram nas cerimónias, devido à sua idade avançada, mas a capital polaca quis marcar a efeméride de forma muito significativa.

Durante o dia, a cidade vai parar e sirenes vão soar em homenagem aos combatentes e às vítimas das forças nazis.

O Presidente polaco, Andrzej Duda, e o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, marcaram presença numa cerimónia que recordou os dias da revolta de agosto de 1944 e prestaram homenagem às vítimas do Massacre de Wola.

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O massacre de civis do distrito de Wola, em Varsóvia, levado a cabo pelas forças da Alemanha nazi ocorreu entre os dias 5 e 12 de agosto de 1944.

“Foram levados para fora das casas. As casas foram incendiadas e eles próprios foram mortos a tiro nas ruas e os corpos foram queimados. Várias toneladas de cinzas foram recolhidas nas ruas e praças de Wola, para serem colocadas numa vala comum”, declarou o chefe de Estado polaco.

Durante a cerimónia, o Presidente da Alemanha inclinou a cabeça em sinal de respeito.

O facto do chefe de Estado alemão “depositar uma coroa de flores, baixar a cabeça e ajoelhar-se perante a cruz” demonstra respeito, disse Andrzej Duda, falando em nome do país.

A Polónia foi sujeita à ocupação nazi entre 1939 e 1945 e sofreu o extermínio de milhões de cidadãos: judeus e cristãos.

Muitos polacos sentem que os gestos de remorso não são suficientes e o anterior executivo do país — nacionalista e aliado de Duda — exigiu vários milhões de dólares a Berlim em reparações de guerra, pedido que foi rejeitado pelas autoridades alemãs.

O atual governo do primeiro-ministro Donald Tusk, que assumiu o poder na Polónia em dezembro passado, atenuou as exigências, mas admitiu que ainda gostaria que Berlim considerasse a possibilidade de compensação.

A Revolta de Varsóvia começou a 1 de agosto de 1944, com as forças da resistência — Exército Clandestino do Interior — a atuar sob ordens do governo polaco no exílio, em Londres.

O objetivo era libertar a capital polaca dos ocupantes alemães e assumir o controlo do país antes do avanço do Exército Vermelho da então União Soviética.

Moscovo, que pretendia governar a Polónia no pós-guerra, recusou ajuda e manteve o Exército Vermelho posicionado do outro lado do rio Vístula, enquanto a capital ardia.

Os nazis, com um exército e armamento superiores, mataram 200 mil combatentes e civis polacos e arrasaram a cidade.

Atualmente, a revolta de 1944 é recordada pelos polacos como um dos momentos mais importantes de uma longa história de lutas pela independência, muitas vezes contra a Rússia.

Anteriormente, entre abril e maio de 1943, os judeus concentrados no gueto de Varsóvia pelo regime nazi revoltaram-se, tendo as forças nazis destruído os edifícios e enviado os sobreviventes para os campos de extermínio localizados na Polónia.