No final de um fim de semana marcado pelo encerramento de mais de 10 urgências de Obstetrícia em todo o país, devido à falta de médicos nas escalas, o secretário-geral do Partido Socialista acusa o governo de ter introduzido instabilidade na área da saúde e defende que o Plano de Emergência para a Saúde, apresentado no final de maio, “está a falhar”.

“Com inúmeros serviços de Ginecologia e Obstetrícia encerrados, é evidente que o Plano de Emergência e Transformação na Saúde da AD está a falhar. O processo que está em curso é de degradação, não é de transformação“, escreveu, na noite deste domingo, Pedro Nuno Santos na rede social X.

O líder da oposição defende que a a situação atual do SNS “é um reflexo da instabilidade que o atual governo introduziu na área da saúde, afastando dirigentes do SNS reconhecidos e consensuais, interrompendo uma reforma em curso”, numa referência à saída do ex-diretor-executivo do SNS Fernando Araújo.

PS quer reunir com hospitais que têm urgências encerradas

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Pedro Nuno Santos critica também aquilo que considera serem “sinais de abertura crescente ao setor privado, em vez de apostar no investimento no SNS” e aponta baterias ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, que, este sábado, se recusou a comentar a situação difícil em que se encontram os hospitais públicos. “É importante todos termos consciência que o ‘silêncio’ do primeiro-ministro sobre esta matéria não é compatível com a responsabilidade do cargo. Governar é assumir responsabilidades, nos bons e nos maus momentos. Não é apresentar PowerPoints e, quando estes são submetidos ao teste da realidade, ignorar os problemas”, critica o líder do PS.

Metade das urgências de Obstetrícia na região de Lisboa vão encerrar este fim de semana. “Cada verão será pior”, avisam médicos

Pedro Nuno Santos aproveita ainda para confirmar a intenção do PS (avançada pelo coordenador socialista da comissão de saúde da Assembleia da República) de reunir com os responsáveis das unidades hospitalares cujas urgências estão encerradas. “Queremos ouvir quem está no terreno, perceber os problemas e as dificuldades e identificar as soluções”, aponta.

O Observador contactou o Ministério da Saúde no sentido de obter reação a estas afirmações de Pedro Nuno Santos, no entanto o executivo refere que não vai comentar as declarações do PS.