O primeiro-ministro do Japão cancelou esta sexta-feira uma viagem planeada à Ásia Central depois de especialistas em sismos terem avisado que o país deve preparar-se para um possível forte abalo.

“Como primeiro-ministro com a maior responsabilidade na gestão da crise, decidi ficar no Japão durante pelo menos uma semana”, disse Fumio Kishida aos jornalistas.

O chefe de Governo ia visitar o Cazaquistão, o Uzbequistão e a Mongólia e tinha planeado participar numa cimeira de cinco países da região.

Pelo menos 13 pessoas ficaram feridas no sismo de magnitude 7.1, na escala aberta de Richter, de quinta-feira no sudoeste do Japão, disseram as autoridades, que alertaram para a possibilidade de fortes réplicas.

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Alerta de tsunami levantado depois de dois terramotos de magnitude 6.9 e 7.1 abalarem a costa do Japão

A Agência Meteorológica do Japão (JMA) avisou que este evento parece estar ligado a um futuro sismo de maiores dimensões na falha de Nankai, um dos pontos sísmicos mais ativos do mundo e onde se prevê a ocorrência de um forte abalo nas próximas décadas.

“A probabilidade de ocorrer outro sismo forte é maior do que o normal, mas isso não indica qualquer certeza”, afirmou a JMA.

Esta é a primeira vez que um alerta deste tipo é emitido desde a criação de um novo sistema em 2011.

O sismo mais poderoso já registado no Japão, de magnitude 9, ocorrido a 11 de março de 2011 na costa nordeste, desencadeou um tsunami que fez cerca de 20 mil mortos ou desaparecidos.

O Governo japonês já tinha estabelecido que havia uma probabilidade de 70% de que um forte sismo atingisse o país nos próximos 30 anos.

Um abalo que poderá afetar uma parte significativa da costa japonesa do Pacífico e ameaçar cerca de 300 mil pessoas, de acordo com especialistas.

O Japão situa-se no chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, zona de grande atividade sísmica e vulcânica, onde são registados milhares de sismos por ano, na maioria de magnitude fraca a moderada, e com perto de 120 vulcões ativos.