Os automóveis eléctricos têm vindo a tornar-se cada vez mais acessíveis. Em caso de dúvidas, podemos sempre recordar que o primeiro eléctrico europeu, o Renault Zoe, era proposto em Portugal por 34 mil euros, com 300 km de autonomia, para o seu sucessor, o R5 E-Tech, com a mesma autonomia, ser proposto em Setembro por 25.000€, uma diferença de 9000€ que, em parte, foi conseguida graças à redução do custo das baterias. E o novo Citroën ë-C3 eleva a parada ainda mais, baixando o preço da sua versão eléctrica com 320 km de autonomia para 23.300€, como pode ver em baixo.
De acordo com o departamento norte-americano da Tecnologia de Energia de Veículos, o custo das baterias produzidas para equipar os automóveis eléctricos caiu 90% ao longo dos últimos 15 anos. Isto significa que, entre 2008 e 2023, o preço por unidade de capacidade (kWh) baixou de 1300€ para apenas 126€ (de 1415 para 139 dólares). Grande parte da redução do custo real de fabricação e materiais foi conseguida devido ao incremento da produção, a que se associou a inflação de uma década e meia.
O estudo do referido departamento americano, que considera exclusivamente veículos que usufruem de uma produção anual mínima acima das 100.000 unidades/ano, permite concluir que para o Tesla Model Y, o modelo eléctrico mais vendido no mundo (e igualmente na Europa), com a sua bateria com uma capacidade total de 82 kWh brutos e 75 kWh úteis, monta um acumulador que custava 104.500€ em 2008. Ora esta bateria do popular SUV viu o seu custo cair para apenas 10.260€ em 2023.
A indústria automóvel estima que o preço do kWh continue a cair nos próximos anos, ainda que de forma menos acelerada. Mas nem esta desaceleração relativa irá impedir que os veículos eléctricos se tornem mais baratos do que os seus concorrentes com motores a combustão a partir de 2027, com a paridade de preços entre uma tecnologia e outra a ser atingida um pouco antes.