894kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Israel recupera corpos de seis reféns, todos homens. Familiares culpam Netanyahu pelas mortes

Quase todos os reféns cujos corpos foram libertados já tinham sido dado oficialmente como mortos. Famílias acusam governo israelita de "abandonar os reféns para sobreviver".

Seis corpos resgatados de Gaza são de homens, com idades entre os 35 e os 80 anos
i

Seis corpos resgatados de Gaza são de homens, com idades entre os 35 e os 80 anos

Seis corpos resgatados de Gaza são de homens, com idades entre os 35 e os 80 anos

Foi num túnel do Hamas, na cidade de Khan Younis, que os militares das Forças de Defesa de Israel (IDF) recuperaram, na última noite, seis corpos de reféns israelitas, que foram mortos na Faixa de Gaza ao longo das últimas semanas e meses. Os vários kibbutzs (ou comunidades) em redor do território palestiniano de onde os reféns foram raptados, a 7 de outubro, começaram a divulgar a chegada dos corpos durante a manhã desta terça-feira. Os seis corpos resgatados de Gaza são de homens, com idades entre os 35 e os 80 anos.

Foram recuperados, informaram depois as IDF, através de uma operação que envolveu várias forças e entidades: a Brigada de Pára-quedistas, a Unidade 504 (responsável pelas informações militares), o Corpo de Engenharia de Combate e o Shin Bet, os serviços secretos internos. Durante a operação, não se registaram combates. Segundo o Haaretz, a avaliação dos responsáveis militares é que os reféns foram mortos no túnel onde foram encontrados, tendo os seus captores fugido após os ataques israelitas, deixando os restos mortais para trás.

O destino da maior parte deste grupo de reféns não foi propriamente uma surpresa. O exército tinha anunciado, ao longo dos últimos dois meses, a morte de cinco desses cidadãos, todos com nacionalidade israelita: Chaim Peri, Yoram Metzger, Alex Dancyg, Nadav Popplewell e Yagev Buchshtab.

Só não era oficialmente conhecido o estado de Avraham Munder, acabando por se confirmar o pior. O homem, de 79 anos, seria também resgatado sem vida. Em cativeiro, terá sofrido torturas físicas e mentais durante meses, antes de ser morto, em março. Munder foi levado para Gaza juntamente com a mulher, Ruti, a sua filha, Karen, e o seu neto Ohad (de 9 anos) — sendo que o membro mais novo da família acabaria por ser libertado numa troca de reféns em novembro. O seu filho, Roee, foi morto no dia da incursão terrorista em Israel.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

á saiu o quarto episódio de “Um Rei na Boca do Inferno”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de como os nazis tinham um plano para raptar em Portugal, em julho de 1940, o rei inglês que abdicou do trono por amor. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. Também pode ouvir aqui o primeiro, o segundo e o terceiro episódios]

Ao Haaretz, um sobrinho de Munder disse que a família recebeu os últimos sinais de que o tio ainda estaria vivo em janeiro ou fevereiro deste ano. “Esta manhã, os militares telefonaram-nos e disseram-nos que ele estava morto, que tinham recuperado o corpo e que este estava a caminho de Israel”, sublinhou, apontando o dedo ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. “O sangue está nas mãos de Netanyahu. Ele teve tantas oportunidades para os trazer [de volta] e, se quisesse, eles estariam aqui. Este caso só vem sublinhar a urgência e a necessidade de libertar todos os que lá estão vivos. Não quero mais corpos”, realçou Shahar Mor.

O filho de Alex Dancyg, que morreu em cativeiro e cujo corpo foi recuperado esta segunda-feira, ataca também governo de Netanyahu, acusando-o de “escolher abandonar os reféns para sobreviver”. Em declarações ao canal público Kan, citadas pelo The Times of Israel, o filho recorda os testemunhos de reféns libertados que afirmam que o seu pai estava em boas condições nos primeiros meses de cativeiro. “Ele e todos os reféns podiam ter sido trazidos de volta”, acusa. “Netanyahu preferiu sacrificar os reféns. O karma vai julgá-lo e ele vai pagar por isso, e bem caro”, assegura Mati Dancyg.

GettyImages-1895464343

NurPhoto via Getty Images

Alex Dancyg tinha 65 anos. Nasceu em Varsóvia, na Polónia, e era filho de judeus que sobreviveram ao Holocausto. Historiador e assumidamente pacifista, vivia no kibbutz Nir Oz, muito próximo da fronteira com a Faixa de Gaza. Era em sua casa que se encontrava, a 7 de outubro, quando foi raptado. Um dos seus filhos sobreviveu ao ataque dentro de um abrigo. Já a mulher escondeu-se num outro abrigo durante sete horas, protegendo também três dos netos.

Outros dos corpos recuperados pelas forças israelitas foi o de Chaim Peri, de 80 anos. Descrito pela família, em comunicado, como humanista e pacifista, Peri terá sobrevivido nos túneis durante meses em condições “desumanas”, tendo sido, depois, “brutalmente assassinado”. Antes de ser raptado pelo Hamas, Chaim fez todos os esforços para salvar a mulher Osnat, que acabou por sair ilesa do ataque.

Filho de refém tinha pedido que soldados israelitas não se colocassem em risco para recuperar corpo do pai

Em junho, após ser dada a notícia da morte de Yoram Metzger, aos 80 anos, o filho do refém israelita apelou a que nenhum soldado fosse colocado em perigo para recuperar o corpo do seu pai.

“Não arriscamos a vida de pessoas por um corpo”, afirmou Rani Metzger, citado pelo Times of Israel. “Queremos que o exército devolva o seu corpo, mas não estamos dispostos, de forma alguma, a pôr os soldados em perigo”, acrescentou, ressalvando que compreendia que as restantes famílias defendessem uma ação diferente por parte das autoridades israelitas.

A viúva de Yoram, Tami Metzger, 78 anos, foi raptada juntamente com o marido, mas libertada em novembro, durante um cessar-fogo de uma semana que permitiu a libertação de 105 reféns civis em troca de centenas de prisioneiros palestinianos.

GettyImages-2156370307

AFP via Getty Images

“Infelizmente para nós, a troca não continuou”, afirmou o filho, sem poupar críticas a quem parou as negociações: “Quem quer que tenha tomado a decisão de parar a troca, pode muito bem ter feito com que o meu pai não regressasse. Era possível salvar muitas pessoas.”

Israel: Hamas admite que tenham morrido reféns em bombardeamento israelita a Gaza

Em maio de 2024, a morte do refém britânico-israelita Nadav Popplewell, de 51 anos, foi confirmada. Tinha sofrido ferimentos graves num num ataque aéreo israelita um mês antes.

Popplewell e a sua mãe, Channah Peri, de 79 anos —  libertada em novembro — foram raptados a 7 de outubro da sua residência no kibutz de Nirim, enquanto o seu irmão mais velho, Roi, morreu durante o ataque do Hamas, informou o The Guardian.

O refém mais novo, Yagev Buchshtab, de 35 anos, foi raptado com a sua mulher, Rimon Kirsht Buchshtab. São mais um casal cuja mulher foi libertada durante o acordo de libertação de reféns em novembro passado. Segundo o The Jerusalem Post, ambos trabalhavam em medicina alternativa antes do ataque do Hamas e eram apaixonados por plantas e música.

O casal conheceu-se no liceu e reencontrou-se anos mais tarde, casando em 2021. Segundo a descrição do Times of Israel, na manhã de 7 de outubro, estavam escondidos no abrigo da sua casa em Nirim.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.