Depois da tempestade, veio a calma. No primeiro dia de camisola vermelha, Ben O’Connor (Decathlon AG2R La Mondiale) deu boas indicações e conseguiu responder aos ataques de Primoz Roglic (Red Bull-Bora-hansgrohe) na única subida do dia. Ainda assim, o esloveno foi um dos “vencedores” da etapa de sexta-feira, ao conseguir bonificar seis segundos. No final, Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike) mostrou que, além de líder, também é um corredor de equipa e foi fundamental para outro triunfo de Wout van Aert.
“Pensei antecipadamente que iríamos chegar ao fim com um grupo grande. Sepp foi fantástico. Não sei se as pessoas percebem como é difícil andar tão rápido no plano quando se pesa menos de 60 quilos. Quando ele assumiu a liderança, fiquei arrepiado e queria muito vencer. Achei que eles poderiam deixar-me ir sozinho, mas vi a UAE Emirates a perseguir-me. Não queria correr o risco de ser apanhado e ficar sozinho na frente. Sepp é o atual campeão da Vuelta. O facto de ele ter assumido o comando no final, personifica a filosofia da nossa equipa”, partilhou o belga no final da sétima tirada.
Já O’Connor mostrou-se bem-disposto na flash-interview e até chegou a “provocar” o seu maior rival. “[Roglic] ainda terá de ter muitos bónus [de tempo] para me alcançar. Foi um dia muito fácil até à subida. [A corrida] tornou-se muito explosiva. Porém, senti-me muito bem, mesmo com o calor. Foi um bom dia. Não fiquei surpreso que Roglic tenha ficado com o bónus de tempo. Cada segundo conta, claro, não posso fazer muito contra o Roglic num sprint”, assumiu o australiano.
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???? ¡Aquí va el perfil de hoy! Batalla en la Sierra de Cazorla ????
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Para este sábado estava reservada mais uma batalha entre o australiano, o esloveno e, claro, João Almeida (Emirates). Apesar de não parecer complicada, a oitava etapa, que ligou Úbeda a Cazorla, contou com poucos quilómetros planos e mais de 2.600 metros acumulados de subida. Com o final na explosiva subida da Sierra de Cazorla — que chega a ter pendentes de 20% —, Roglic tinha uma etapa talhada para si.
A primeira hora foi corrida a todo o gás, com um média superior a 50km/hora — a mais alta desta Vuelta. Perante isso, a fuga do dia demorou a formar-se, conseguindo descolar nos últimos 100 quilómetros. Com nomes como Harold Tejada (Astana), Sam Oomen (Lidl-Trek), Oier Laskano (Movistar) e Ion Izagirre (Cofidis) no grupo da frente, a Israel-Premier Tech assumiu as despesas do grupo e baixou a diferença que chegou a estar acima dos cinco minutos.
???? – 58 km
➡️ The work of the peloton is reducing the gap to the breakaway. ???????? Leemreize – @dsmfirmpostnl was dropped from the group.
➡️ La ventaja de los escapados se reduce con el trabajo del pelotón. ???????? @GLeemreize se ha descolgado del grupo.
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Na descida do Puerto Mirador de las Palmas, o grupo da frente partiu-se, Mauro Schmid (Jayco AlUla) e Tejada ficaram sozinhos e a vantagem voltou a aumentar ligeiramente. O grupo acabou por restabelecer-se e, nos últimos 15 quilómetros, Luca Vergallito (Alpecin-Deceuninck), Laskano e Terrada ficaram sozinhos com cerca de dois minutos de vantagem. Nesta fase, Almeida aparecia na retaguarda do pelotão, acompanhado de Isaac del Toro, perspetivando-se que o português estivesse em dificuldades. Perante isso, Filippo Baroncini descaiu no grupo e tentou ajudar o líder da equipa na recolocação no pelotão.
Na derradeira subida, Tejada e Laskano ficaram sozinhos na frente, por pouco tempo, e, no grupo dos favoritos, a Red Bull assumiu a liderança, mas uma queda, de Aleksandr Vlasov, por pouco não deitou tudo a perder. Ainda assim, Roglic atacou e O’Connor respondeu. O grupo acabou por ficar reduzido, com João Almeida fora da discussão da etapa. Nessa altura, o português estava sozinho, a quase dois minutos da frente. A dois quilómetros do fim, o esloveno voltou a atacar, alcançou a fuga e deixou o líder para trás.
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Com apenas Enric Mas (Movistar) a conseguir acompanhar o seu ritmo, Primoz Roglic foi mais forte no sprint final e somou a segunda vitória nesta edição da Vuelta. Mikel Landa (Soudal Quick-Step) chegou a 14 segundos e completou o pódio da etapa. Ben O’Connor entrou na meta a 46 segundos, perdendo quase um minutos para o esloveno na geral. João Almeida foi 60.º, perdendo 4.53 minutos para Roglic. Segundo o Eurosport Portugal, que cita “fontes seguras”, a quebra do português estará relacionada com uma infeção provocada pela Covid-19. Assim, perspetiva-se que Almeida deixe a Vuelta, numa altura em que é 26.º. Mas subiu ao pódio e está a 4.31 do australiano, que tem agora 3.49 de vantagem para o três vezes vencedor da prova espanhola.
"Le patron, c'est Primoz", comme le dit si bien @GDiGrazia ! 14e victoire d'étape sur le Tour d'Espagne pour Roglic, qui s'impose devant Mas ????
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Désormais 26e du général à 9'06" de Ben O'Connor, Joao Almeida a indiqué à Eurosport après cette 8e étape de #LaVuelta24 qu'il avait le Covid. Le coureur le mieux placé chez UAE Emirates au général est le Mexicain Isaac Del Toro (20 ans), 17e à 6'32". Pavel Sivakov est à 7'07".
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