A Bulgária vai realizar em 27 de outubro as suas sétimas eleições legislativas em três anos e meio, devido à falta de acordo entre os partidos políticos para formar um governo, anunciou esta segunda-feira o Presidente do país.

“Vou promulgar amanhã [terça-feira] um decreto para a realização de eleições no dia 27 de outubro”, declarou o chefe de Estado, Rumen Radev, ao lado do primeiro-ministro interino, Dimitar Glavtchev, responsável pela organização do sufrágio.

Os conservadores liderados pelo antigo primeiro-ministro Boiko Borissov ficaram em primeiro lugar nas últimas eleições, mas o governo proposto não obteve a confiança do Parlamento.

Os especialistas não estão muito otimistas quanto ao resultado das novas eleições, num contexto de apatia dos eleitores, já que apenas 34% foram às urnas em 9 de junho, a taxa de participação mais baixa desde 1990.

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Membro da União Europeia (UE) e da NATO que tem uma fronteira estratégica com o Mar Negro, a Bulgária atravessa um período de instabilidade sem precedentes desde o fim do comunismo, um impasse que beneficia os partidos favoráveis à Rússia.

Abalado no verão de 2020 por grandes protestos anticorrupção, o país derrubou em 2021 Borissov — à frente do país há quase uma década — do poder, mas não conseguiu construir uma coligação estável desde então.

Uma coligação de curta duração entre conservadores e reformistas foi formada no ano passado para mostrar o apoio do país à Ucrânia face à ascensão das forças pró-Rússia. No entanto, durou apenas nove meses.

O atual bloqueio político custou à Bulgária um adiamento da sua adesão à zona euro, atrasou a concessão de vários milhares de milhões de euros de fundos europeus e comprometeu a plena adesão à área de livre circulação de Schengen.