Mais de duas dezenas de turistas já foram identificados na Madeira por circularem em percursos pedestres que estão encerrados devido ao incêndio que lavrou durante 13 dias na ilha, indicou esta quarta-feira o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).

“As pessoas identificadas até hoje foram exclusivamente turistas”, disse à agência Lusa o presidente do IFCN, Manuel Filipe, sublinhando que a infração é punível, no âmbito de um processo de contraordenação, com coimas entre 250 e 500 euros para pessoas singulares e entre 2.500 e 10.000 para empresas.

O responsável explicou que as coimas estão previstas no decreto legislativo regional 24/2022/M e são aplicadas a quem for identificado a circular em percursos pedestres que estejam temporária ou definitivamente encerrados.

Manuel Filipe indicou que estão encerrados os percursos Pico do Areeiro-Pico Ruivo, Achada do Teixeira-Pico Ruivo, Pico Ruivo-Encumeada, bem como Encumeada-Jardim da Serra e ainda um trilho no Paul da Serra.

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“Por questões de segurança está proibida a circulação”, avisou, referindo que a vigilância da Polícia Florestal nestes locais foi reforçada.

O presidente do IFCN não avança com qualquer data para a reabertura destes percursos, que habitualmente registam muita procura, mas adianta que o instituto está a trabalhar no sentido de abrir parcialmente a vereda do Pico do Areeiro e o trilho entre a Achada do Teixeira e a casa de abrigo do Pico Ruivo.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. Na segunda-feira, ao fim de 13 dias, a Proteção Civil regional indicou que o fogo estava “totalmente extinto”.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.104 hectares de área ardida.

Durante os dias em que o fogo lavrou, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.

O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas, segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas Miguel Albuquerque disse tratar-se de fogo posto.