A proposta da presidente da Comissão Europeia para composição do seu novo colégio de comissários deverá ser divulgada em meados de setembro, após nomeações pelos países e entrevistas pela responsável, visando tomada de posse até final do ano.

A poucos dias de terminar o prazo para os Estados-membros da União Europeia (UE) apresentarem os seus candidatos – idealmente dois (um homem e uma mulher) – para o posto de comissário europeu no próximo mandato (2024-2029), cinco países entre os 27 ainda não anunciaram as suas escolhas ou as comunicaram a Bruxelas: Portugal, Bélgica, Bulgária, Itália e Dinamarca.

Ainda assim, de acordo com fontes europeias ouvidas pela Lusa, a intenção da líder do executivo comunitário que foi reconduzida no cargo, Ursula von der Leyen, é a de apresentar a sua equipa em meados de setembro, tendo já começado as entrevistas a alguns dos nomes propostos.

Apesar de o prazo oficial terminar a 30 de agosto, próxima sexta-feira, as propostas de nomes ainda serão aceites por Von der Leyen até ao início de setembro, segundo as mesmas fontes.

Previsto está que, entre setembro e outubro, se realizem audições públicas no Parlamento Europeu aos nomes propostos para novos comissários europeus, cabendo à assembleia europeia dar o aval final em plenário para, mais tarde, a nova Comissão Europeia tomar posse.

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Se todos os nomes propostos tivessem ‘luz verde’ imediata do Parlamento Europeu, o novo colégio de comissários poderia tomar posse já a 1 de novembro, mas com uma rejeição esse prazo já passaria para 1 de dezembro, dado o tempo necessário para o país em causa propor um novo nome e esse candidato ser entrevistado por Ursula von der Leyen e ouvido em audição na assembleia europeia.

As fontes europeias ouvidas pela Lusa esperam, por isso, que a tomada de posse aconteça até ao final deste ano.

No que toca à sua equipa executiva, a presidente da Comissão Europeia é responsável pela escolha e pela atribuição das diferentes pastas tendo em conta a dimensão geográfica do país, as competências dos candidatos e as suas preferências, após nomeações feitas pelos países.

O pedido para os países apresentarem nomes foi feito em cartas enviadas no final de julho pela presidente da Comissão Europeia aos chefes de Governo e de Estado da UE, nas quais a responsável defendeu um “colégio de comissários equilibrado em termos de género”.

Ursula von der Leyen foi reeleita, em julho passado, presidente da Comissão Europeia por mais cinco anos.

A política alemã de centro-direita é presidente da Comissão desde dezembro de 2019, sendo a primeira mulher no cargo, e foi a candidata cabeça de lista do Partido Popular Europeu nas eleições europeias de junho.

Aquando da reeleição pelo Parlamento Europeu, a responsável indicou, precisamente, que se iria focar agora na constituição da sua equipa de comissários, começando as entrevistas em meados de agosto “para escolher os candidatos mais bem preparados e que partilhem o compromisso europeu”.

“Mais uma vez, o meu objetivo será conseguir uma quota-parte igual de homens e mulheres no colégio de comissários”, adiantou na altura.