O Governo cabo-verdiano vai decretar a situação de alerta de proteção civil durante três meses nas ilhas de Santiago, Fogo e Brava devido ao aumento da dengue, com mais de 2.200 casos desde novembro, foi esta quinta-feira anunciado.

“Face à situação vigente e o risco potencial do aumento de casos decorrente das chuvas registadas nos últimos dias, o Governo entendeu ser necessário reforçar o quadro de atuação institucional de prevenção e combate à propagação da doença num contexto de alerta de proteção civil fundado no princípio da precaução”, anunciou a ministra da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, Janine Lélis.

Em conferência de imprensa, na Praia, na qualidade de porta-voz do Conselho de Ministros, a governante avançou que no balanço da reunião realizada esta terça-feira, foi decidido “declarar a situação de alerta de proteção civil nas ilhas de Santiago, Fogo e Brava em decorrência do aumento dos casos de dengue no país, com maior incidência nessas ilhas”.

A medida terá uma duração de três meses, podendo ser renovada caso a situação não melhorar.

Segundo a ministra, desde o surgimento do primeiro caso em novembro de 2023, o país vem registando “surtos periódicos de dengue”, tendo sido já notificados mais de 2.200 casos confirmados.

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Os casos notificados distribuem-se particularmente pelas ilhas de Santiago, principalmente na Praia, capital do país e com maior confirmação da doença.

Janine Lélis lembrou que, desde o surgimento dos primeiros casos confirmados, o governo adotou medidas de prevenção e resposta pelas autoridades e serviços de saúde.

Essas medidas têm vindo a ser continuamente reforçadas, com destaque para a realização de campanhas de sensibilização, mobilização de agentes de luta anti-vectorial, ações de pulverização intra-domiciliar e outras atividades para eliminar focos de mosquito.

Para a situação de alerta, são adotadas medidas preventivas como a constituição de uma força-tarefa, de natureza multissetorial, com a missão de apoiar as estruturas de saúde.

Esta força-tarefa irá garantir a execução do programa integrado de emergência, visando o reforço da prevenção e do combate à dengue.

A situação de alerta determina a elevação do estado de prontidão das forças e serviços de segurança e de todos os agentes de proteção civil, aumento do grau de prontidão e mobilização de equipas de emergência médica, de saúde pública e apoio social.

A medida visa ainda a ativação dos planos de emergência e proteção civil nos diferentes níveis territoriais.

O surto mais grave de dengue em Cabo Verde foi registado em 2009, com 21.000 casos e seis óbitos, todos na ilha de Santiago.

Febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, a par de inflamações na pele, fazem parte dos sintomas da infeção que, nos casos mais graves, pode evoluir para dengue hemorrágica e, no limite, causar a morte.