Sete dos manifestantes detidos este sábado pela polícia angolana quando se preparavam para uma manifestação contestando a Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, em Luanda, já foram libertados, disse à Lusa a ativista Laura Macedo.
A manifestação foi travada pela polícia, por não estar autorizada, tendo sido detidos no local da concentração, cemitério de Santa Ana, vários ativistas e um jornalista.
Os agentes quiseram também obrigar os jornalistas da Lusa que faziam a cobertura, e estavam devidamente identificados, a entrar na carrinha policial e a entregar o material fotográfico, o que só não aconteceu devido à intervenção de um graduado.
O Secretariado Executivo da Comissão Permanente do Comité Nacional da JURA, organização juvenial da UNITA repudiou “a brutal repressão da policia” que acusou de receber “ordens políticas” e agir “de forma autoritária, detendo manifestantes e jornalistas, numa tentativa desesperada de silenciar a voz do povo”.
A JURA salienta que este “ato de repressão representa claramente uma violação dos direitos fundamentais e uma afronta direta à democracia e à liberdade em Angola” e exigiu a “libertação imediata dos detidos e a responsabilização dos autores dessa operação vergonhosa”.
Numa publicação no Facebook, o presidente do Bloco Democrático (BD), Filomeno Vieira Lopes, disse que conversou esta tarde com a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, sobre “as prisões e outras ocorrências graves em torno da manifestação”, que se prontificou a contactar o Ministro do Interior, Eugénio Laborinho, para esclarecer a situação.
Segundo Filomeno Vieira Lopes, o deputado Olívio Nkilumbo foi “destratado” pela polícia, quando pretendeu inteirar-se sobre o que estava a acontecer no local da manifestação.
A polícia nacional ainda não revelou o número de detidos.