A companhia conimbricense concebeu o projeto “Com que Linhas te Cruzas?”, que procura descobrir as relações das pessoas com a antiga linha de comboio que ligava Coimbra, Miranda do Corvo e Serpins (Lousã), as lutas travadas durante o seu interregno de quase 14 anos e as perspetivas de um novo meio de transporte, sucessivamente adiado.

O SMM irá servir Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, com autocarros elétricos em via dedicada, aproveitando o antigo canal ferroviário, dispondo de uma operação suburbana (entre os três concelhos) e uma operação urbana na cidade de Coimbra.

“[A peça] Não pretende ser apenas um espetáculo virado para o que já aconteceu, mas construir em conjunto com as comunidades uma perspetiva de futuro”, salientou Isabel Craveiro, diretora artística do Teatrão, na apresentação do projeto no apeadeiro de Serpins.

O projeto, com encenação de Marco António Rodrigues, está a ser desenvolvido em estreita colaboração com as comunidades dos territórios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã abrangidos pelo antigo canal ferroviário, para onde está previsto circular um ‘metrobus’ a partir de 2025.

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O presidente da Metro Mondego, entidade responsável pelo SMM, apontou o primeiro semestre do próximo ano como a data previsível para a entrada em funcionamento do novo meio de transporte, que sofreu sucessivos adiamentos.

Neste momento, segundo afirmou João Marrana, existe uma disputa judicial na empreitada de colocação de guardas de segurança que impede a entrada em funcionamento até ao final do ano, como estava previsto.

“Com que Linhas te Cruzas?” é uma coprodução com a Metro Mondego e os municípios de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo e a colaboração da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, que é dividida em duas criações.

Uma primeira, a ser exibida entre 19 de setembro e 20 de outubro em estações e apeadeiros, e depois outra no próximo ano dentro das carruagens do ‘metrobus’, quando estiver a circular.

“O primeiro episódio, que chamámos à espera, é um espetáculo fragmentado, com várias cenas, que resultam muitas delas da recolha de histórias contadas pelas pessoas sobre imensas peripécias e aventuras nas viagens, mas também sobre as expectativas que têm em relação ao futuro”, explicou Isabel Craveiro.

“À Espera” estreia no dia 19 de setembro — a meio da Semana Europeia da Mobilidade –, às 19:00, na estação de Metrobus de São José, em Coimbra.

Vão ser seis espetáculos que continuam até dia 20 de outubro e percorrem várias outras estações da nova linha do SMM, sempre com entrada livre.

Além de um elenco de dois atores e um músico, sob orientação do encenador Marco António Rodrigues, as peças contam com vários grupos comunitários.

O Teatrão é, desde 1994, uma companhia profissional de teatro, com a missão de aproximar a arte teatral das comunidades e territórios.