O Presidente são-tomense defendeu esta sexta-feira maior investimento nas Forças Armadas para que possam contribuir para o reforço da segurança interna, do desenvolvimento e da paz, apelando que sejam reserva da disciplina e subordinada aos poderes democraticamente eleitos.
Carlos Vila Nova, que discursava no ato central dos 49 anos da institucionalização das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe (FASTP), defendeu um trabalho unido para que as FASTP tenham “o lugar que merecem e possam enfrentar com dignidade e otimismo os desafios futuros”.
“O Estado deve reconhecer a importância e o papel que as Forças Armadas desempenham no contexto atual, nacional e internacional, investindo no âmbito das suas disponibilidades, em áreas suscetíveis de lhe conferir maior visibilidade, flexibilidade e capacidade operacional, fazendo com que as mesmas sejam capazes de cumprir quaisquer missões, quer de índole essencialmente militar, do reforço da segurança interna, quer do caráter humanitário e de apoio ao serviço do desenvolvimento e da paz”, defendeu Carlos Vila Nova.
O Presidente são-tomense reiterou a necessidade de maior aposta na Guarda Costeira, para enfrentar desafios e tirar proveito das oportunidades da área marítima, que é 160 vezes maior que a superfície terrestre do arquipélago de cerca de 1001 quilómetros quadrados.
“Impõe-se sobre nós, enquanto ilhas com uma superfície marítima muito superior à terrestre, a necessidade de estarmos atentos aos desafios e oportunidades que o mar nos oferece […], por isso o investimento na Guarda Costeira deve ser considerado uma prioridade, no sentido de dotá-la de ferramentas necessárias para o desempenho das missões que lhes são atribuídas”, declarou.
Por outro lado, o chefe de Estado são-tomense referiu que “as Forças Armadas representam um dos pilares estruturantes do Estado e, como tal, merecem da parte deste uma especial atenção face aos novos desafios da sociedade moderna”, em que se assiste “à perda considerável dos valores ético-morais e também os tradicionais, o que marca negativamente” a sociedade.
“As Forças Armadas têm de continuar a ser uma reserva de disciplina, de patriotismo, de entrega, de obediência, de solidariedade e de respeito pelo próximo. É imperativo recordar que as Forças Armadas no cumprimento da sua missão estão vinculadas ao zeloso respeito à Constituição e permanente subordinação às instituições do poder democraticamente eleitos”, disse Carlos Vila Nova.
Durante a cerimónia foram integrados 234 novos soldados, entre os quais quatro mulheres, que fizeram o tradicional juramento à bandeira.
“A nação são-tomense espera de vós coragem, disciplina, brilho e decoro militar, sem jamais esquecer que a bravura dos vossos atos contribui sempre para boa imagem e prestígio da instituição a que passaram a pertencer a partir de hoje […]”, disse o chefe de Estado aos novos soldados.
No seu discurso, o chefe de Estado são-tomense sublinhou e agradeceu aos vários parceiros pelo apoio às FASTP, que tem permitido elevar as capacidades da instituição.