O Bloco de Esquerda vai contestar no Parlamento Europeu a nomeação de Maria Luís Albuquerque para integrar a Comissão Europeia, considerando que é um dos rostos associado à polémica com a privatização da TAP, anunciou o partido.

Em comunicado, divulgado na quinta-feira, o BE, representado nos hemiciclos de Bruxelas e Estrasburgo por Catarina Martins, antiga coordenadora do partido, disse que “vai contestar a idoneidade de Maria Luís Albuquerque para o exercício” das funções de comissária europeia.

O BE sustentou que a antiga ministra das Finanças “é um dos rostos que ficará associada ao esquema escandaloso que permitiu a David Neeleman comprar a TAP com o dinheiro da TAP, lesando a empresa e o interesse público, numa privatização executada já após as eleições [legislativas] e a perda da maioria absoluta da coligação de direita”.

Sublinhando que a “esta operação foi recentemente denunciada em auditoria da Inspeção-Geral de Finanças, cujas conclusões foram entregues ao Ministério Público, que abriu uma investigação”, o Bloco considera que a nomeação de Maria Luís Albuquerque “envergonha o país”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A sua aprovação seria um péssimo sinal dado pelas instituições europeias. O Bloco irá bater-se no PE para a impedir”, completa o partido na nota divulgada.

A antiga ministra das Finanças do executivo do social-democrata Pedro Passos Coelho foi nomeada pelo Governo do social-democrata Luís Montenegro.

Para ser eleita comissária europeia, Maria Luís Albuquerque, assim como os candidatos nomeados pelos restantes 26 Estados-membros, terá de passar pelo crivo da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e dos eurodeputados.