A ministra da Saúde garantiu esta terça-feira que o Governo tem estado a estudar formas de valorizar os enfermeiros não só ao nível do salário, mas da flexibilidade e recompensa do trabalho suplementar.

“Temos estado a estudar, nas várias rondas de negociação com o Ministério das Finanças e da Administração Pública, formas de valorização que passam não só pela grelha salarial, claro que a grelha salarial é fundamental, mas também pela flexibilidade no trabalho e pela recompensa de trabalho suplementar que os enfermeiros hoje já fazem e que, de alguma maneira, não é reconhecido”, afirmou Ana Paula Martins à margem da inauguração da Unidade de Cirurgia Ambulatória no IPO do Porto.

A governante frisou que o executivo de Luís Montenegro está com “enorme motivação” para conseguir melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde.

“Neste caso, estamos a falar dos enfermeiros, mas podemos falar dos médicos e dos outros profissionais”, acrescentou.

Na segunda-feira, a Ordem dos Enfermeiros defendeu, junto do primeiro-ministro, a valorização salarial e a necessidade de contratação de mais profissionais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), saindo do encontro com “algum otimismo” sobre a recetividade às suas propostas.

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Após esta primeira reunião com o chefe do executivo, que tinha sido pedida pela Ordem, o bastonário, Luís Filipe Barreira, adiantou que um dos assuntos analisados foi a valorização dos enfermeiros ao nível do seu salário, da carreira e das condições de trabalho.

Já sobre a denúncia da Federação Nacional dos Médicos sobre “atrasos e irregularidades” nos concursos e na contratação de médicos e sobre o facto de apenas 400 médicos dos 1.350 que concluíram formação há meio ano estarem no Serviço Nacional de Saúde, a ministra referiu que “parte dos atrasos” são na colocação de especialistas de Medicina Geral e Familiar.

Dizendo que esta situação “preocupa muito” o Governo, Ana Paula Martins considerou que é, por isso, necessário repensar o modelo de contratação nesta especialidade.

“Isto leva-nos, e neste momento é o que estamos a fazer, a repensar o modelo relativamente à Medicina Geral e Familiar, não relativamente às outras especialidades porque aí os hospitais já estavam não só muito habituados a fazer este tipo de contratação como estavam desejosos de o poder fazer de uma maneira mais flexível e mais local”, concluiu.