Uma aluna de três anos foi agredida pela educadora numa escola de ensino pré-escolar em Paris. O momento foi gravado em vídeo e divulgado nas redes sociais. Os pais apresentaram queixa, a educadora foi suspensa e está aberto um inquérito. A ministra da Educação já reagiu classificando as imagens como “chocantes e inaceitáveis”.

A agressão foi gravada em vídeo por uma mãe que ainda estava na sala de aula, embora a educadora pensasse que ela já tinha saído, revela o El Español. O vídeo, que foi divulgado pela mãe nas redes sociais, tem quase um minuto de duração e pode ver-se a educadora a bater nas costas da criança, que cai depois ao chão. Ouve-se choro e vê-se a criança a correr para a porta — a educadora vai ter com ela, mas não se vê o que se passa depois.

Esta cena aconteceu no passado dia 3 de setembro no infantário Frères-Voisins, no 15.º bairro de Paris. Os pais da criança apresentaram queixa e foi aberto um inquérito preliminar, segundo o jornal Le Monde. A queixa foi apresentada pela advogada da família, Vanessa Edberg, numa esquadra como sendo “violência agravada por três circunstâncias: contra uma pessoa vulnerável, numa escola e perpetrada por uma pessoa que desempenhava uma missão de serviço público”. A advogada também partilhou o vídeo na sua conta de X.

A criança está a frequentar o primeiro ano do jardim de infância e a mãe disse que já se tinha queixado de violência nos dias anteriores. A advogada revela ainda que a criança foi vista por um médico que “avaliou a sua lesão como ‘grave’, porque a menina não olha para os outros nos olhos nem na cara e recusa-se a falar sobre a professora”, cita o mesmo jornal francês.

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O vídeo terá começado a circular nas redes sociais esta segunda-feira. O chefe da autoridade educativa de Paris, Bernard Beignier, visitou a escola no dia seguinte para falar com os professores e disse que a educadora terá reconhecido os factos e pedido desculpa à família da criança. Beignier disse ter assinado naquela manhã a ordem de suspensão da educadora e esclareceu que “não se trata de uma punição”, mas sim de uma medida para “proteger os alunos, os outros professores e a pessoa que é objeto da mesma”, cita o Le Monde. Beignier lembrou que, “para já, o processo desta professora está limpo, ela é professora há muitos e muitos anos” e disse que haverá “tanto uma investigação criminal, uma vez que foi apresentada uma queixa, como uma investigação administrativa que poderá muito certamente conduzir a um conselho disciplinar, ou mesmo a sanções que vão desde uma repreensão até ao despedimento”.

“Estas imagens são terrivelmente chocantes e inaceitáveis na nossa escola”, escreveu a ministra da Educação, Nicole Belloubet, na rede social X. “Ofereço todo o meu apoio à vítima e à sua família, que estão a ser tratadas.” A política apelou à abertura de um processo disciplinar “sem demora” e à “suspensão imediata” da professora, o que terá acontecido horas depois.

O autarca do 15.º bairro parisiense (do partido Les Républicains), onde se encontra a escola, Philippe Goujon, disse num canal de televisão que a professora está na casa dos 50 anos, está na escola há uma década e “não é nova no ensino pré-primário”. A educadora falou com um inspetor de educação, “mas de momento não há qualquer explicação” para o sucedido.