Uma aluna de três anos foi agredida pela educadora numa escola de ensino pré-escolar em Paris. O momento foi gravado em vídeo e divulgado nas redes sociais. Os pais apresentaram queixa, a educadora foi suspensa e está aberto um inquérito. A ministra da Educação já reagiu classificando as imagens como “chocantes e inaceitáveis”.
A agressão foi gravada em vídeo por uma mãe que ainda estava na sala de aula, embora a educadora pensasse que ela já tinha saído, revela o El Español. O vídeo, que foi divulgado pela mãe nas redes sociais, tem quase um minuto de duração e pode ver-se a educadora a bater nas costas da criança, que cai depois ao chão. Ouve-se choro e vê-se a criança a correr para a porta — a educadora vai ter com ela, mas não se vê o que se passa depois.
Esta cena aconteceu no passado dia 3 de setembro no infantário Frères-Voisins, no 15.º bairro de Paris. Os pais da criança apresentaram queixa e foi aberto um inquérito preliminar, segundo o jornal Le Monde. A queixa foi apresentada pela advogada da família, Vanessa Edberg, numa esquadra como sendo “violência agravada por três circunstâncias: contra uma pessoa vulnerável, numa escola e perpetrada por uma pessoa que desempenhava uma missão de serviço público”. A advogada também partilhou o vídeo na sua conta de X.
Une Maîtresse violente une petite fille de petite section et lui asperge un liquide sur la tête dans une école du 15 ème arrondissement de Paris. Une plainte a été déposée. En tant qu’avocate je mènerai ce combat main dans la main avec la famille, en tant que maman mon cœur… pic.twitter.com/5LQ6O6XP5f
— Vanessa EDBERG (@EdbergVanessa) September 9, 2024
A criança está a frequentar o primeiro ano do jardim de infância e a mãe disse que já se tinha queixado de violência nos dias anteriores. A advogada revela ainda que a criança foi vista por um médico que “avaliou a sua lesão como ‘grave’, porque a menina não olha para os outros nos olhos nem na cara e recusa-se a falar sobre a professora”, cita o mesmo jornal francês.
O vídeo terá começado a circular nas redes sociais esta segunda-feira. O chefe da autoridade educativa de Paris, Bernard Beignier, visitou a escola no dia seguinte para falar com os professores e disse que a educadora terá reconhecido os factos e pedido desculpa à família da criança. Beignier disse ter assinado naquela manhã a ordem de suspensão da educadora e esclareceu que “não se trata de uma punição”, mas sim de uma medida para “proteger os alunos, os outros professores e a pessoa que é objeto da mesma”, cita o Le Monde. Beignier lembrou que, “para já, o processo desta professora está limpo, ela é professora há muitos e muitos anos” e disse que haverá “tanto uma investigação criminal, uma vez que foi apresentada uma queixa, como uma investigação administrativa que poderá muito certamente conduzir a um conselho disciplinar, ou mesmo a sanções que vão desde uma repreensão até ao despedimento”.
“Estas imagens são terrivelmente chocantes e inaceitáveis na nossa escola”, escreveu a ministra da Educação, Nicole Belloubet, na rede social X. “Ofereço todo o meu apoio à vítima e à sua família, que estão a ser tratadas.” A política apelou à abertura de um processo disciplinar “sem demora” e à “suspensão imediata” da professora, o que terá acontecido horas depois.
O autarca do 15.º bairro parisiense (do partido Les Républicains), onde se encontra a escola, Philippe Goujon, disse num canal de televisão que a professora está na casa dos 50 anos, está na escola há uma década e “não é nova no ensino pré-primário”. A educadora falou com um inspetor de educação, “mas de momento não há qualquer explicação” para o sucedido.
Ces images sont terriblement choquantes et inacceptables dans notre École.
J’ai demandé sans délai le lancement d’une procédure disciplinaire, avec une suspension immédiate de la professeure.
J’adresse tout mon soutien à la victime et sa famille, qui sont prises en charge. https://t.co/5yUT9SgKM7
— Nicole Belloubet (@NBelloubet) September 9, 2024