A curta-metragem O Procedimento, de Chico Noras, conquistou o Prémio MOTELX – Melhor Curta Portuguesa de Terror da 18.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, conforme o palmarés anunciado este domingo na sessão de encerramento, no Cinema S. Jorge, em Lisboa.
Os prémios Méliès d’argent, da competição europeia, foram para o filme Oddity, de Damian Mc Carthy, da Irlanda, como melhor longa-metragem, e para Meat Puppet, de Eros V, do Reino Unido, como melhor curta-metragem.
O prémio do Público foi para The Substance, de Coralie Fargeat, uma coprodução entre Estados Unidos, Reino Unido e França. Este prémio é atribuído por votação dos espectadores do festival às “melhores longas-metragens do cinema de terror atual, oriundas dos quatro cantos do mundo”, exibidas no âmbito da secção Serviço de Quarto.
O júri do Prémio MOTELX, para a melhor curta portuguesa de terror, sustentou a escolha de O Procedimento, de Chico Noras, pela “direção artística garrida” e a “performance certeira” que “contrastam com os sentimentos perturbantes” do filme.
Para o júri constituído pela programadora e crítica de cinema Cátia Rodrigues, o jornalista e radialista Nuno Galopim e a programadora e historiadora de cinema Heidi Honeycutt, O Procedimento é “uma sátira provocadora sobre como podemos viver um final feliz.”
O júri atribuiu ainda uma menção honrosa a Umbral, de Miguel Andrade, “pela sua visão original”. O Prémio MOTELX tem o valor monetário de cinco mil euros.
A melhor curta-metragem europeia, Meat Puppet, foi escolhida pelo mesmo júri, que comentou: “Nunca tínhamos visto nada assim, um estudo de personalidade tão surrealista como absurdo”.
Neste categoria foi também dada uma menção honrosa à produção espanhola Be Right Back, de Lucas Paulino e Gabe Ibañez, “pela magnífica fotografia” e a “performance promissora”.
Quanto à escolha de Oddity para o Prémio Méliès d’argent de Melhor Longa Europeia 2024, o júri justificou-a pela “história envolvente, contada com estilo, bons efeitos práticos e novos níveis de suspense, num registo sombrio e provocador”.
O júri do Prémio Méliès d’argent foi constituído pelo crítico de cinema e diretor artístico Alan Jones, pelo realizador e diretor criativo Rui Vieira e pela produtora Stefanie Coimbra.
Durante o MOTELX, que teve início na passada terça-feira, foram também escolhidos os vencedores do Prémio Lobo Mau, da secção dedicada ao público infantil (The Calling, de Frida E. Elmström, da Suécia), e do Prémio MOTELX Guiões 2024, para o melhor argumento português de terror, que foi para “Espectro”, de Catarina Araújo.
O Prémio MOTELX Guiões, no valor de dois mil euros, é atribuído em parceria com o Guiões – Festival do Roteiro de Língua Portuguesa, e destina-se a argumentos de longas-metragens ainda não produzidas, para “dar oportunidade a novos talentos e autorias que pretendem desenvolver projetos de terror”.
A 18.ª edição do MOTELX abriu na passada terça-feira, com a antestreia portuguesa de Não fales do mal, do britânico James Watkins, com James McAvoy, Mackenzie Davis e Scoot McNairy.
A programação extra-competição contou com um ciclo de filmes proibidos pela ditadura do Estado Novo, resgatou a longa-metragem A Culpa (1980), de António Victorino d’Almeida, e exibiu, entre outros filmes, o documentário Cartas Telepáticas, de Edgar Pêra, que relaciona as obras literárias de H.P. Lovecraft e Fernando Pessoa, com a produção de imagem por Inteligência Artificial.
A entrega dos prémios foi seguida da exibição da curta portuguesa vencedora, O Procedimento, que antecedeu a longa The Surfer, de Lorcan Finnegan, e a sessão dedicada Oddity, melhor ‘longa’ europeia.