A tempestade Boris já provocou 13 mortes e afetou milhares de pessoas na Europa Central e de Leste, em particular na Polónia, Roménia, República Checa, Eslováquia e Áustria, países atingidos por fortes trombas de água e inundações.
A Roménia é o país com mais vítimas, depois de a tempestade ter provocado seis mortes e obrigado dezenas de pessoas a saírem de casa, afetando mais 15 mil habitantes, especialmente no condado de Galati, no leste do país, após inundações descritas como “históricas” pelas autoridades.
O transbordo dos rios já atinge 76% das propriedades, de acordo com Emil Dragomir, presidente da Câmara de Slobozia Conachi, que fala num “desastre total” na região, com várias estradas bloqueadas e mais de 750 bombeiros mobilizados em operações de resgate.
Na Áustria há três vítimas mortais, todas no estado federal da Baixa Áustria, o maior e mais populoso do país: um bombeiro que morreu enquanto participava em tarefas de socorro e dois idosos nas respetivas casas que foram inundadas pela água.
Uma dúzia de barragens rebentou nesta área, deixando 12 mil casas sem eletricidade e 23 cidades sem água potável, enquanto cerca de 800 pessoas tiveram de ser resgatadas por helicópteros.
Nos últimos quatro dias caíram na Áustria até 280 litros por metro quadrado, um recorde para setembro e quatro vezes mais do que a precipitação média do mês dos anos anteriores.
Governo polaco anuncia ajuda financeira a regiões afetadas pela tempestade Boris
Na Polónia, morreram outras três pessoas, afogadas pelas cheias no sul do país e especialmente na cidade de Nysia, e está a ser investigado se o corpo de uma outra mulher, encontrado esta segunda-feira no seu apartamento, pode estar relacionado com a catástrofe.
Populações isoladas, evacuações e cortes de comunicações que afetaram milhares de pessoas ocorreram nas regiões da Silésia, Opole e Pequena Polónia, entre outras.
Na República Checa, uma pessoa afogou-se no rio Krasovka, no noroeste, enquanto outras sete continuam desaparecidas, numa catástrofe que as autoridades comparam ao incidente de 1997, em que morreram 50 pessoas.
As chuvas persistentes transbordaram muitos rios e ribeiros e as autoridades de dezenas de locais declararam estado de máximo alerta, por causa de inundações.
Mais de 12 mil pessoas foram retiradas das habitações e centenas de milhares de casas ficaram sem eletricidade.
Na Hungria, o primeiro-ministro, Viktor Orbán, anunciou esta segunda-feira que vai adiar todas as viagens ao estrangeiro, o que poderá afetar a sua aparição prevista na sessão plenária do Parlamento Europeu, na quarta-feira, devido às condições meteorológicas extremas e às inundações que poderão ocorrer no seu país.
Os serviços meteorológicos húngaros preveem que os caudais dos rios subam para níveis históricos, alimentados tanto pelas chuvas como pela chegada de massas de água de outros países da Europa Central.
Nas últimas horas desta segunda-feira, a União Europeia (UE) manifestou a sua solidariedade para com estas inundações “devastadoras” e anunciou “estar pronta para agir”.
Também em África e na Ásia, chuvas fortes e inundações causaram danos: na Ásia, o país mais afetado é a Birmânia, onde a depressão tropical Yagi fez 113 mortos, 64 desaparecidos e mais de 320 mil deslocados em todo o país, sobretudo na região central; em África, pelo menos 281 reclusos estão desaparecidos na Nigéria, onde foi necessária a evacuação das prisões devido às inundações que afetaram parte da cidade de Maiduguri, capital do estado de Borno.