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A explosão coordenada de pagers alegadamente sabotados em posse de elementos do Hezbollah matou pelo menos onze pessoas e feriu quase quatro mil. O grupo xiita libanês atribui a totalidade das culpas a Israel e garante retaliação.

O número de vítimas foi confirmado pelo ministro da Saúde libanês, Firas Abiad, que revelou ainda que uma rapariga de oito anos entre os mortos. Adicionalmente, 400 dos feridos estão em estado crítico, apresentando lesões na cara, mãos e abdómen. Entre os afetados estão o embaixador iraniano em Beirute, Mojtaba Amani, cujos ferimentos são ligeiros, e ainda vários dirigentes do Hezbollah, ainda que nenhum deles seja o líder, Hassan Nasrallah.

De acordo com a Al Jazeera, os pagers — dispositivos utilizados para comunicação — foram sabotados e detonados num ataque coordenado que representa um “desenvolvimento importante” no conflito entre Israel e o grupo libanês. Várias explosões em simultâneo foram relatadas por todo o país.

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A utilização dos pagers entrou em vigor após uma ordem de Nasrallah, que pediu aos seus militantes que parassem de usar telemóveis, porque Israel teria tecnologia para os infiltrar. Estes dispositivos, apesar de menos avançados tecnologicamente, previnem a interceção das comunicações entre os milhares de membros do Hezbollah.

Imediatamente após os ataques, o grupo apoiado pelo regime iraniano emitiu um comunicado a anunciar que ia abrir uma investigação para entender a génese do sucedido, apelando para que a população não espalhasse os rumores sobre um possível envolvimento israelita.

Pouco tempo depois, apesar desta primeira reação e num comunicado citado pelo Times of Israel, o Hezbollah garantiu que iria retaliar a “agressão criminosa que também atingiu civis” e que Israel iria receber uma “justa punição”. De acordo com o grupo, a vingança libanesa surgirá “de onde o inimigo espera, mas também por onde menos antecipa”. Para além das ameaças de retaliação bélica, também o ministro dos Negócios Estrangeiros do Líbano culpa Israel e revelou que começaram a preparar uma “queixa para submeter ao Conselho de Segurança das Nações Unidas”. O porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Stephane Dujarric, descreve o ataque como sendo “extremamente preocupante”, dado o contexto “extremamente volátil” do conflito entre as duas frentes.

Falando anonimamente para a Al Jazeera, um oficial do Hezbollah relatou o ataque como sendo a “maior falha de segurança ” que o grupo sentiu desde os acontecimentos que deram início à escalada dos conflitos entre Israel e o Hamas, no dia 7 de outubro de 2023.