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As Forças de Defesa de Israel atacaram esta sexta-feira um subúrbio da cidade de Beirute, matando doze pessoas, entre eles um dos líderes militares do Hezbollah, Ibrahim Aqil, morte confirmada pelas IDF. Aqil, que era o alvo deste ataque, estava reunido com membros da Radwan, uma unidade de elite do grupo xiita libanês, relataram duas fontes da segurança libanesa à Reuters.
Aqil fazia parte do Conselho da Jihad, a mais alta organização militar do grupo ligado ao Irão, e terá nascido entre 1958 e 1962. As poucas informações que se sabem sobre este comandante do Hezbollah são avançadas pelo Departamento de Estado norte-americano, que o colocou na lista de terroristas em 2019, e oferecia uma recompensa de sete milhões de dólares (mais de 6,2 milhões de euros) por informações que levassem à sua captura.
Era procurado pelas suas atividades terroristas durante a década de 1980. Os Estados Unidos responsabilizam-no pelo bombardeamento à embaixada norte-americana em Beirute, em abril de 1983, ataques que mataram 63 pessoas, e ainda por um atentado a casernas das tropas norte-americanas no Médio Oriente, em outubro do mesmo ano, matando 241 soldados. Aqil foi ainda responsável pelo rapto de civis norte-americanos e alemães para o Líbano ao longo de vários anos.
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IBRAHIM AQIL40 years ago today, Hizballah bombed the U.S. Embassy in Beirut, killing scores of people. Ibrahim Aqil was a principal member of Hizballah's IJO, which claimed responsibility for the attack.
Have info on Aqil? Send us a tip. pic.twitter.com/ihtfF6rYyZ
— Rewards for Justice (@RFJ_USA) April 18, 2023
O nome de Ibrahim Aqil é mais um na longa lista de comandantes do Hezbollah que os ataques israelitas mataram nas últimas semanas. O líder do Conselho da Jihad e, consequentemente, comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr, foi morto no final de julho. Duas semanas antes, as IDF mataram Habib Maatouk, líder das Radwan e sucessor de Ali Ahmed Hassin, que foi morto em abril. O novo comandante das Radwan foi morto na semana passada, no dia 10 de setembro. Mohammed Qasseem Al-Shaer foi acusado pelas IDF de perpetrar “numerosas atividades terroristas contra o Estado de Israel”.
“Isto mostra que o Hezbollah é completamente incapaz de proteger quer os seus membros, quer os seus comandantes”, considerou o repórter da Sky News em Beirute, John Sparks. As IDF justificam o seu foco em destruir as Radwan com o facto de serem a unidade responsável pelas operações fora do Líbano, característica que as distingue das restantes células militares do Hezbollah.
“Aqil e os seus comandantes estavam entre os arquitetos do ‘plano para a ocupação da Galileia’, com o qual o Hezbollah planeava atacar o território israelita, ocupar as comunidades da Galileia, assassinar e matar inocentes, semelhante ao que a organização terrorista do Hamas levou a cabo no massacre assassino do 7 de outubro”, declarou o exército israelita no comunicado em que confirmou a morte de Aqil.
Depois de as IDF terem classificado o ataque ao subúrbio de Dahiyeh, na capital libanesa, como um “ataque de precisão”, o porta-voz Daniel Hagari, detalhou que foi visado um edifício, sob o qual os militantes xiitas estavam reunidos. “Eles reuniam-se debaixo de prédios residenciais, usando civis como escudos humanos”, acusou Hagari, citado pelo Haaretz, acrescentando que além de Aqil foram mortos pelo menos nove comandantes do Hezbollah, que também estavam no encontro.
Os números são diferentes dos que foram apresentados pelo Ministério da Saúde libanês, que relatou doze mortos e outros 66 feridos. A agência estatal libanesa NNA adiantou que que entre as vítimas estão cinco crianças, que estavam na rua Jamous onde se deu o ataque. A repórter da Al Jazeera no local, Zeina Khodr, notou que Dahiyeh é um dos redutos do Hezbollah, pelo que um “assassinato seletivo” é uma “enorme escalada”.
O ataque das IDF ao Hezbollah segue-se a outros dois no início da semana, que mataram pelo menos 37 pessoas, através de explosões nos dispositivos de comunicação — pagers e walkie-talkies — do grupo de resistência libanês.