A corrida à Casa Branca continua muito renhida: a candidata democrata Kamala Harris está à frente, mas tem apenas um ponto percentual de vantagem sobre o republicano Donald Trump, segundo uma sondagem nacional da CNN publicada esta terça-feira. Os eleitores favorecem a personalidade da vice-presidente, mas preferem a capacidade de liderança do ex-Presidente.

O inquérito foi realizado entre 19 e 22 de setembro a 2074 eleitores registados, dos quais 48% responderam que tencionam votar em Kamala Harris no dia 5 de novembro. 47% afirmou que vai votar em Donald Trump. 3% dos inquiridos escolheu um candidato independente — 2% o libertário Chase Oliver e 1%, Jill Stein do Partido Verde —  e apenas 2% revelaram que ainda estão estão indecisos sobre a sua direção de voto. Estes números são uma inversão da tendência de voto registada na última sondagem da CNN, de julho, em que 49% dos eleitores escolheram o republicano contra 46% que preferiram a democrata.

O crescimento da popularidade da vice-presidente verificou-se tanto entre todos os eleitores, como dentro da sua base de apoiantes. Entre aqueles que afirmaram ir votar democrata, 60% explicou que a sua escolha é mais pró-Harris do que anti-Trump — em julho, apenas 50% respondeu o mesmo. Olhando ainda para as características demográficas dos inquiridos, é possível identificar um padrão claro: Harris é mais popular entre as mulheres, os mais jovens, as comunidades negras e latinas.

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51% das mulheres independentes e 50% das mulheres brancas que responderam ao inquérito escolheram a vice-presidente. Entre os eleitores com menos de 30 anos, Harris reúne 55% das intenções de voto e entre os eleitores da comunidade latina recolhe 59%. A sua taxa de aprovação de mais alta é entre os eleitores negros: 79% afirmou que ia votar na candidata democrata. De forma oposta, Donald Trump consegue o seu melhor resultado entre os homens brancos, dos quais 58% responderam que tencionam votar no republicano.

Outra das dimensões analisadas pela sondagem do canal norte-americano são as características de cada candidato que os eleitores preferem: o temperamento, a experiência profissional de vida, “a capacidade de compreender os problemas das pessoas como tu”, as capacidades de liderança, a visão para o país e as posições relativas a políticas importantes. Entre estas seis opções, o temperamento de Kamala Harris reúne o maior consenso: 33% dos inquiridos responderam que é “exatamente o que querem”. De forma inversa, o temperamento de Donald Trump é a dimensão mais criticada pelos eleitores: 62% dizem que “não é o que querem”.

No caso do ex-Presidente, cerca de um terço dos inquiridos prefere as suas capacidades de liderança, a sua visão para o país e as suas posições políticas. Ainda assim, cerca de metade continua a dizer que estas características de Donald Trump não vão ao encontro do que procuram num Presidente. Os restantes inquiridos respondem que “está próximo o suficiente do que querem”.

Mesmo nestas dimensões, as respostas relativas à vice-presidente são mais positivas. Em todas dimensões, nunca passa dos 49% a quantidade de pessoas que respondeu que “não é o que procuram”. Por ordem, os eleitores preferem o seu temperamento, a sua experiência, a sua capacidade de compreender os problemas, as suas capacidades como líder, a sua visão para o país e, por último, as suas políticas, em que apenas 18% dos inquiridos respondem que são “exatamente o que querem”.

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Os temas priorizados pelos cidadãos também são facilmente identificáveis: 41% responderam a economia, 21% a democracia, 12% a imigração e 11% o aborto. Do lado republicano, os eleitores favorecem a economia (61%) e a imigração (21%), o que vai ao encontro da sua preferência pelas posições políticas de Donald Trump, avaliadas na dimensão anterior. Já do lado democrata, privilegia-se a democracia (37%), a economia (21%) e o aborto (19%).

Os resultados desta sondagem nacional da CNN refletem a tendência que tem sido vista nos restantes inquéritos, incluindo aqueles que são feitos sobre os Estados-chave: a corrida para a Casa Branca continua renhida e o novo Presidente dos Estados Unidos será impossível de prever até ao dia 5 de novembro.