O Congresso dos Estados Unidos adotou na quarta-feira um texto que permite financiar o Orçamento do Estado até dezembro, evitando uma paralisação dos serviços federais a quase um mês das eleições presidenciais.
A Câmara dos Representantes (câmara baixa), e depois o Senado (câmara alta), aprovaram o acordo na tarde de quarta-feira, que mantém o Governo operacional nos níveis de despesa atuais até 20 de dezembro.
Os congressistas tinham até 30 de setembro para chegar a acordo sobre os diferentes orçamentos para o ano fiscal de 2025, que começa a 1 de outubro.
Além disso, as agências federais teriam ficado sem financiamento, apenas cinco semanas antes das eleições de 5 de novembro, muito renhidas entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.
“Os americanos podem respirar de alívio, porque ambos os lados escolheram” trabalhar em conjunto, sublinhou Chuck Schumer, líder do Senado controlado pelos democratas, em comunicado.
“Evitaremos que os serviços governamentais vitais sejam interrompidos desnecessariamente”, acrescentou.
O texto tinha sido bloqueado na Câmara dos Representantes, onde a ala dura dos republicanos exigia há semanas que qualquer orçamento fosse ligado a outro texto legislativo, o “Save Act”, que foi acrescentado sob pressão de Donald Trump.
Este projeto exigiria que os eleitores comprovassem a sua cidadania americana ao registarem-se para votar nas eleições federais. O ex-presidente e candidato republicado continua a alegar, sem provas, que foi vítima de fraude eleitoral em 2020.
Mas o plano foi abandonado porque não teve apoio suficiente dos republicanos — muitos dos quais se opõem, por princípio, a propostas de financiamento temporário — e não pôde contar com os votos dos democratas.
A administração liderada pelo Presidente democrata Joe Biden, preocupada que este texto dissuadisse certos eleitores de votar, opôs-se, salientando que o voto de não cidadãos já é ilegal.
A possível paralisação federal, conhecida como shutdown no jargão político norte-americano, preocupou também congressistas republicanos, uma vez que também procuram ser reeleitos em 5 de novembro.
O texto adotado na quarta-feira inclui mais de 230 milhões de dólares para o Serviço Secreto aumentar a proteção em torno de Donald Trump — que enfrentou duas tentativas de assassinato — e de outros candidatos em campanha.
Esta é a última legislação do Congresso antes da eleição.