Cerca de três dezenas de trabalhadores da hotelaria e turismo estão esta sexta-feira concentrados frente ao Palácio Nacional de Mafra, onde decorre a 7.ª Cimeira do Turismo Português, em protesto por melhores salários.
“Os salários são na base do salário mínimo nacional, existe formação, muita formação, cada vez também há menos procura na formação nesta área, porque […] trabalhador é remunerado com o salário mínimo nacional”, disse à Lusa o coordenador da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal Luís Trindade.
A falta de mão de obra é um dos temas que vai ser abordado durante a cimeira, que decorre no dia Mundial do Turismo.
Para os sindicatos, o excesso de horas de trabalho aliado aos baixos salários “afasta os profissionais, porque não se veem valorizados, nem sequer aqueles que são do setor se estão a fixar e os mais novos não veem como futuro este setor”.
Luís Trindade defendeu que o tempo de trabalho no turismo e hotelaria deve passar das 40 para as 35 horas semanais, porque os ritmos são “muito intensos”.
“Temos situações de trabalhadores que, por vezes nem fazem as suas refeições, metendo a sua saúde e segurança em risco e achamos que a valorização profissional destes trabalhadores passa mesmo pela valorização do que estão a ganhar, não pode ser com uma política de baixos salários”, realçou.
Os trabalhadores aprovaram uma resolução que será entregue ao Governo, onde acusam o patronato de voltar a “acumular lucros no período pós pandemia e não melhorar os salários dos trabalhadores”.
O Turismo celebra esta sexta-feira o dia do setor num ano que os atores do setor acreditam que será positivo, mas de consolidação de resultados, após um 2023 recorde.