O fenómeno não é assim tão raro, mas é a primeira vez em décadas que a Terra tem duas luas a pairar na sua órbita. Uma mini-lua temporária, chamada 2024 PT5 e proveniente da cintura de asteroides de Arjuna, juntou-se ao satélite natural da Terra este domingo e não se vai já embora.

A força da gravidade terrestre é a explicação para a atração desta mini-lua, sendo que Raul de La Fuente Marcos e Carlos de La Fuente Marcos, investigadores do estudo publicado na revista “American Astronomical Society”, preveem que esta segunda lua permaneça na órbita terrestre até 25 de novembro.

A baixa velocidade do asteróide – cerca de 3.540 quilómetros por hora – é o motivo pelo qual a força da gravidade é suficiente para atrair temporariamente a mini-lua. Segundo os investigadores, “nestas condições, a energia geocêntrica do objeto pode tornar-se negativa e transformar-se numa lua temporária da Terra”.

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Em termos de consequências imediatas, o asteróide 2024 PT5 não constitui perigo maior para a Terra por ser demasiado pequeno e débil. Ainda assim, a equipa de la Fuente tenciona realizar observações espectroscópicas e fotométricas do objeto para melhor determinar a sua composição e comportamento.

A observação a olho nu da mini-lua não é possível, sendo que há mesmo a possibilidade de o asteróide também não ser visível com alguns telescópios, conforme indicam os cientistas: “O objeto é demasiado pequeno e ténue para os típicos telescópios e binóculos amadores”. Estima-se que a atual segunda lua da Terra tenha apenas 10 metros de diâmetro e seja necessário um telescópio com um diâmetro de pelo menos 30 polegadas. E deve regressar, segundo previsão dos investigadores, em 2055.