Bruno Sacco, o designer italiano que desenhou alguns dos mais icónicos modelos da Mercedes, durante os 41 anos que esteve ligado ao construtor alemão, faleceu aos 90 anos. Nascido em 1933, em Itália, formou-se na Universidade Politécnica de Turim e o seu primeiro emprego foi na Ghia, onde se dedicou a aviões futuristas e a automóveis elegantes.

Em 1958 ingressou na Mercedes, como segundo estilista, e coube-lhe desenhar dois dos mais importantes modelos da época, respectivamente o Mercedes-Benz 600 (W100), conhecido como Grosser Mercedes, e o coupé/cabriolet W113, popularmente denominado Pagoda, ambos lançados em 1963. Sacco provou igualmente que se sentia tão confortável a conceber protótipos futuristas como veículos para o dia-a-dia, de que muitos condutores necessitavam. Daí que, em 1970, tivesse desenhado o irreverente coupé C111, de que apenas foram construídas 16 unidades, para cinco anos depois sair da sua prancheta o W123, um dos modelos mais vendidos da marca numa época em que ainda não era denominado Classe E, com o estilista a dar origem em 1982 ao Mercedes 190, o W201, que serviu de base para o desportivo 190E 2.3 16V.

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Mas Bruno Sacco sempre revelou um fraquinho por veículos topo de gama, independentemente da forma e do número de lugares. A prova está no W126, a segunda geração do Classe S, mas a primeira a ser aceite como a melhor berlina de luxo do mercado, lançada em 1979 e que atingiu no SEL 560 o seu máximo esplendor. Embora a berlina do W126 fosse à época imbatível, é provável que para muitos condutores a versão coupé (C126) fosse ainda mais venerada. O 380 SEC e o 500 SEC misturavam luxo e requinte com um nível de potência e agilidade impressionantes, o que tornou o C126 numa referência entre os coupés de duas portas e quatro lugares. Mas nem só o luxo libertava a criatividade de Sacco que, em 1988, desenhou o SL, conhecido internamente como R129. Oferecido em versão com carroçaria fechada ou descapotável, foi durante muitos anos apontado como o modelo mais desportivo e elegante da Mercedes, uma “prenda” que Sacco deixou à marca alemã, de onde se reformou em 1999, com 66 anos.

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A Mercedes partilhou a notícia da morte de Bruno Sacco, que nos deixou na sua casa em Sindelfingen, a curta distância do centro de design da marca que ele mesmo fundou. Além do SEC 560 azul escuro que levou consigo no dia em que anunciou a reforma, Sacco declarou, no momento da saída, que “a Mercedes foi a minha vida e defendo tudo o que fizemos durante todos aqueles anos a 100%”.