Mark Chavez nunca conheceu Mathew Perry. Era o intermediário. O homem que, através de uma prescrição fraudulenta, fornecia cetamina ao médico do ator norte-americano, que morreu em outubro do ano passado de overdose. Esta é a acusação imputada pelos procuradores norte-americanos e foi reconhecida próprio. Mas quem é o médico que agência anti-droga dos EUA já tinha sob olho e que esta semana se declarou culpado da morte da estrela de Friends?

O médico, de 54 anos, licenciou-se em 2004 da Escola de Medicina Geffen School, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Quatro anos depois completou a sua residência 2008 no Hospital Universitário Stony Brook, em Nova Iorque, como se pode ler na biografia que consta no seu site.

Médico de Matthew Perry declara-se culpado da morte do ator de “Friends”

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Depois disso, o médico, que nasceu na cidade de Santa Fé, no estado de Novo México, rumou à Califórnia, “onde se aprofundou na prática da medicina, começou a estudar negócios e empreendedorismo e desenvolveu produtos na área de saúde e bem-estar”.

É autor do livro “The 5 Habits of Healthy People” (“Os cinco hábitos para pessoas saudáveis”) e surge em alguns vídeos a falar sobre a importância do exercício físico. Dedicava-se a serviços de saúde personalizados e dizia que “a sua paixão era ajudar os clientes a assegurar saúde e longevidade por meio de apoio personalizado”.

Sabe-se também que o percurso de Chavez passa diretamente pelo centro de bem-estar Dreamscape Ketamine, na cidade de San Diego, na Califórnia. Segundo a informação que consta no acordo de confissão, a que a CNN teve acesso, esteve afiliado à clínica durante algum tempo, mas em julho de 2023 teve um desentendimento com o sócio.

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Como o parceiro não era um profissional de saúde, Chavez ficou na posse de todos os medicamentos com prescrição, incluindo várias doses de cetamina. Se as substâncias foram transferidas de forma legal para um centro médico, algumas ficaram para trás, incluindo 12 frascos de cetamina. Mas o médico conseguiu obter mais através de prescrições fraudulentas.

Segundo a acusação, Chavez facilitou a cetamina a Salvador Plasencia, o médico do ator de Friends, que também está a ser julgado e se declarou inocente.

Assistente pessoal e médicos de Matthew Perry acusados de facilitar acesso a droga que levou à sua morte

Também consta no acordo de confissão a informação de que o médico estava na mira da agência antidrogas dos EUA (na sigla inglesa “Drug Enforcement Administration”) e ainda antes da morte do ator Mathew Perry. Esta força norte-americana tinha mesmo lançado uma investigação sobre Chavez depois de este ter mentido sobre as doses de cetamina na sua posse.

Chavez tinha uma licença médica emitida pelo Conselho Médico da Califórnia que, com data de expiração em junho de 2026, até recentemente estava ativa. Foi entretanto suspensa, como se pode ver no site do organismo, e entregue como parte do acordo a que chegou com os procuradores para se declarar culpado.