A startup portuguesa Connected estabeleceu uma parceria com a empresa norte-americana EchoStar Mobile, a divisão de serviços de comunicação móvel por satélite da EchoStar.

Criada em 2023, a startup de Coimbra atua no setor espacial e “providencia, a partir do Espaço, soluções de conectividade para dispositivos de internet-of-things, atuando como um operador de comunicações via satélite”, explica ao Observador Tiago Rebelo, CEO e cofundador da startup.

A parceria, que é válida por três anos, vai permitir à Connected “usar os satélites geoestacionários” da EchoStar para “providenciar conectividade em toda a Europa e, em breve, nos EUA, mesmo em zonas sem cobertura de rede celular terrestre”, explica o CEO. Vão ser usados os módulos EM2050 da empresa americana.

Tiago Rebelo explica que a empresa vai lançar em breve uma solução de conectividade que é baseada no produto One, um pequeno dispositivo desenvolvido pela startup. É um dispositivo de “segurança para uso pessoal que transforma qualquer telemóvel num dispositivo com ligação via satélite, capaz de enviar mensagens via SMS, partilhar a localização ou enviar uma mensagem de emergência em qualquer ponto da Europa — e, em breve, dos EUA — mesmo em zonas onde não existe cobertura de rede celular terrestre”. A chegada ao mercado dos EUA deverá acontecer “no final de 2024”.

O dispositivo Connected One foi pensado para assegurar ligação em áreas onde não existe rede

O pequeno dispositivo é ligado ao telefone através de Bluetooth, permitindo enviar mensagens de texto mesmo quando não há rede. Quando ficar disponível no mercado, terá um plano de subscrição mensal para possibilitar o envio de alertas de emergência ilimitados e até 40 mensagens de texto por dia.

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Atualmente, já há alguns modelos de smartphones no mercado que possibilitam a comunicação com satélites em casos de emergência — tanto a Apple como a Google, através dos telefones Pixel, apostaram na tendência.

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“A nossa missão na Connected sempre foi a de melhorar a acessibilidade e a fiabilidade da conectividade básica, especialmente em áreas onde está a falhar a infraestrutura tradicional”, comenta Tiago Rebelo.

A startup anunciou em fevereiro que recebeu um investimento de dois milhões de euros numa ronda pré-seed. Na altura, referiu que era “a maior de sempre captada por uma empresa do setor espacial em Portugal”.

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A startup foi fundada por Tiago Rebelo, André Guerra, Hélder Oliveira e Raquel Magalhães e integra “a iniciativa de incubação de empresas da Agência Espacial Europeia (ESA-BIC)”. Tem a sede no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, e escritórios na UPTEC, no Porto.