Luís Montenegro admite que foi “provocatório q.b.” em relação à classe jornalística durante a apresentação do novo plano para os média, mas entende que a reação a que assistiu de vários quadrantes, “além de manifestamente exagerada, foi muito descontextualizada”.

Num artigo de opinião publicado no Expresso, o primeiro-ministro recordou que pediu ao “jornalismo puro” que não fosse “atrás das ondas facciosas e desreguladas das redes sociais, porque propagar esses fenómenos é consolidar o seu enviesamento”.

Sobre os auriculares e as múltiplas explicações de profissionais da comunicação social sobre a sua utilidade, na sequência de ter sugerido que muitas das perguntas que os jornalistas fazem são “sopradas” ou previamente “feitas”, Montenegro garantiu que conhece a “utilidade dos auriculares e dos telemóveis no exercício profissional dos jornalistas”.  “Também não desconheço a utilidade e o potencial das redes sociais, quando utilizadas com rigor. Eu próprio e os membros do meu Governo utilizamos esses aparelhos na nossa intercomunicação e as redes sociais como poderosa ferramenta de comunicação direta. A questão que abordei não era essa”, acrescentou.

“Sopram a pergunta”: Montenegro diz que jornalistas não estão a “valorizar a própria profissão”

No artigo, o primeiro-ministro volta a insistir na ideia de que os jornalistas cobrem os eventos de agenda apenas com intenção de fazer questões sobre a atualidade política. “Não raras vezes estava a falar de temas concretos, que na minha perspetiva eram relevantes (como, por exemplo, a política florestal ou a política da água), respondendo a perguntas pertinentes dos jornalistas, e, de repente, percebia que eles eram instados a mudar de tema e a fazer as perguntas que lhes eram solicitadas sobre o tal ‘assunto do dia'”, aponta.

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