O ator Robert de Niro e a produtora Jane Rosenthal elogiaram esta sexta-feira Lisboa como anfitriã, pela primeira vez a nível internacional, do festival Tribeca, que fundaram em Nova Iorque (EUA), mas não revelaram por quantas edições ficará em Portugal.
“Quando começámos o festival em Nova Iorque nunca pensámos para onde iria e quanto tempo duraria. Ficamos contentes que chegue aqui e possivelmente a outros locais. É uma ótima oportunidade de conhecer novas pessoas”, disse Robert De Niro num encontro com os ‘media’ portugueses.
Na curta sessão, sem que os jornalistas presentes pudessem fazer perguntas, estiveram presentes ainda alguns dos convidados internacionais do festival, como a realizadora Patty Jenkins, a atriz Whoopy Goldberg ou o ator Chazz Palminteri, além de Francisco Pedro Balsemão, responsável pelo grupo Impresa, e Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
O Festival Tribeca, fundado em Nova Iorque pouco depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 como ponto de encontro do cinema independente e de novos talentos, transformou-se num evento de ‘storytelling’, focado na partilha de histórias em diferentes formatos e é essa versão que chega pela primeira vez à Europa, em Lisboa, numa estratégia de expansão do projeto.
Durante dois dias, no Hub Criativo do Beato, o programa do Tribeca Lisboa conta com sessões de cinema, concertos, gravação de ‘podcasts’ e muitas conversas com algumas figuras de Hollywood e pessoas do entretenimento em Portugal.
Jane Rosenthal disse que o Tribeca continua a ser “um festival de bairro, um festival de ‘storytelling’” que se tem adaptado às mudanças da indústria ao longo destas duas décadas, com o aparecimento de multiplataformas de exibição de conteúdos.
A primeira conversa deste primeiro Tribeca Lisboa foi precisamente com Robert De Niro e Jane Rosenthal, numa tenda lotada para mais de 2.000 pessoas, onde ambos voltaram a dizer que o festival é um ponto de encontro de partilha de histórias.
“Os festivais de cinema são ótimos para ver histórias a partir de pontos de vista diferentes. […] Os festivais que tenham uma curadoria e uma programação são um bom sítio para ter estes diálogos”, disse Jane Rosenthal.
Bastante aplaudido pela audiência, o ator Robert De Niro disse que, no festival, tudo se resume “à imaginação, mostrar caminhos diferentes e através de uma boa história poder encontrar maneiras de lidar com a realidade”, mas acabou por aludir aos Estados Unidos, a escassas semanas de uma nova eleição presidencial.
Crítico de Donald Trump, que se recandidata à presidência dos Estados Unidos, tendo como oponente a Democrata Kamala Harris, Robert De Niro lamentou a propagação dos conceitos de pós-verdade e “factos alternativos“.
“A resposta devia ser simples. A verdade é a verdade. A verdade em ficção é outra coisa. Há vários tipos de verdade, consoante a personagem. Mas é preciso ter uma mensagem com a qual as pessoas se consigam identificar e digam que é uma verdade que conhecem e que lhes seja válida. Trump destruiu uma certa ideia de verdade e diz que está certo mentir sobre tudo. É uma loucura”, disse.
O Festival Tribeca Lisboa decorre esta sexta-feira e sábado no Hub Criativo do Beato, um espaço da antiga Fábrica da Manutenção Militar, junto ao rio Tejo e que a câmara municipal quer transformar num polo de inovação e tecnologia.