Carlos Eduardo Reis, deputado do PSD que foi apoiante e diretor de campanha de Jorge Moreira da Silva, acredita que o partido “tem a felicidade de ter nas suas fileiras ou até no seu posicionamento político vários candidatos possíveis” e enumera — Pedro Passos Coelho, Luís Marques Mendes, Rui Rio e, ainda dentro da mesma área política, Paulo Portas —, crente de que Mendes “alarga menos” a base eleitoral do PSD quando comparado com Passos ou Rio.

Em primeiro lugar, em entrevista ao Observador no 42.º Congresso do PSD, Carlos Eduardo Reis afirmou que “não dava como tão fechada a questão da candidatura presidencial” de Marques Mendes”, sublinhou, frisando que “depois de Marcelo Rebelo de Sousa o perfil que o país pede é diferente e o tempo político é diferente”.

E ainda que considere que “qualquer um” dos nomes apontados “pode ser um bom Presidente da República”, notou que Pedro Passos Coelho “secaria naturalmente o eleitorado que votava mais à direita do PSD, talvez com menos penetração no centro”, Rui Rio poderia ter essa “boa penetração ao centro” e Paulo Portas representaria “uma coisa diferente”. E mesmo com um Marques Mendes pode ser “transversal”, Carlos Eduardo Reis afirmou que é preciso ver como se “desenvolve” e vai mais longe para dizer que “é o que alarga menos a base eleitoral do PSD”.

Apesar de acreditar que não pode convencer Rio a candidatar-se a Belém, Carlos Eduardo Reis reconheceu que “gostava que não acabasse a carreira política”. Por outro lado, questionado sobre Gouveia e Melo, o deputado do PSD dise que “pruridos” em relação aos militares na política são “uma ideia velha”.

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Acredita que “é um perfil que agrada ao povo português”, que representa o “antipolítico” numa altura em que “há um divórcio entre as pessoas e a política”, o que leva o deputado a concluir que “pode ser uma tentação” dos eleitores. Porém, “não gostava de ter de optar entre candidatos dos quais não sabe nada em termos de visão política e de visão do mundo”.

Sobre eleições autárquicas, Carlos Eduardo Reis considera que não só é importante “projetar para ganhar mais” como também “segurar” as câmaras que o PSD tem.  “Superar os últimos resultados é a conclusão que tiro da frase de Luís Montenegro”, realçou, frisando que há presidentes a acabar ciclos e é preciso ter “atenção especial para a recordação”.

“Estamos obrigados a vencer em todo o lado porque um partido que lidera o Governo, os Açores, a Madeira, tem a ambição de manter as capitais de distrito mais importantes do país”, apontou.

“Montenegro interpretou bem o resultado das últimas legislativas”

O deputado social-democrata, que foi apoiante e diretor de campanha de Jorge Moreira da Silva, considera que o partido teve dois anos de “sucesso” antes de chegar ao Governo. “As disputas internas mostravam duas visões claras do que os protagonistas queriam e não posso dizer que esteja insatisfeito”, atirou, frisando que tem cumprido “não é não” ao Chega e tido aproximações ao centro — ideias que recordou serem próximas das de Jorge Moreira da Silva.

Para o deputado, “o caminho que tem sido feito tem sido muito satisfatória”, até porque a “fragmentação” eleitoral mostra que o “parceiro preferencial” do PSD deve ser o PS. “Quando confrontados com a realidade , desempenhando certo tipo de cargos, percebemos que algumas ideias que tínhamos podiam não ser as mais acertadas”, apontou, sublinhando que “Montenegro interpretou bem o resultado das últimas eleições legislativas”.