A ministra dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte qualificou hoje o novo mecanismo de controlo de sanções impostas ao país asiático de “ilegal e ilegítimo” e avisou que os envolvidos devem “pagar um preço elevado”.

O organismo de 11 países, que inclui Estados Unidos e Coreia do Sul, foi criado este mês, depois de a Rússia ter vetado, em março, a renovação de um grupo de peritos da ONU que controlava as sanções internacionais contra a Coreia do Norte. O veto pôs fim ao controlo oficial das sanções impostas a Pyongyang a partir de 2006 devido aos programas nucleares e militares proibidos pelas Nações Unidas.

“Os países envolvidos na imposição de sanções ilegais e escandalosas contra a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial do país] devem pagar um preço elevado”, afirmou a chefe da diplomacia norte-coreana, Choe Son-hui, num comunicado publicado pela agência de notícias oficial KCNA.

O novo mecanismo é “totalmente ilegal e ilegítimo”, notou, referindo que “a sua existência constitui uma negação da Carta das Nações Unidas”.

Os países membros da equipa multilateral de monitorização das sanções (MSMT) são Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Países Baixos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. As sanções da ONU contra Pyongyang, que inicialmente visavam tecnologias suscetíveis de serem utilizadas em programas de armamento, foram alargadas ao longo dos anos e abrangem atualmente vastos domínios da economia.

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A limitação do fornecimento de petróleo, a proibição de exportação de carvão, a proibição de envio de trabalhadores para o estrangeiro, a proibição de importação ou exportação de produtos têxteis e restrições bancárias são algumas das sanções.

No entanto, de acordo com o grupo de peritos da ONU, estas sanções são frequentemente contornadas ou violadas. A Coreia do Norte continua a importar petróleo e outros bens ilegalmente, a aceder ao sistema financeiro internacional e a enviar trabalhadores para o estrangeiro.

A Coreia do Sul também acusa o Norte de fornecer armas à Rússia e, recentemente, de enviar soldados para combater na Ucrânia.