O funeral do assessor jurídico do candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane, assassinado sexta-feira, realiza-se esta quarta-feira, em Maputo, entre apelos do político à participação em massa “sem distúrbios” e da Ordem dos Advogados para a classe comparecer usando traje.

Elvino Dias foi assassinado a tiro, sexta-feira, no centro de Maputo, juntamente com Paulo Guambe, mandatário do Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), partido que apoia Mondlane, e este convocou os moçambicanos para uma “participação em massa” no funeral.

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“Gostaria imenso que esta juventude fosse pacificamente. Não vamos fazer distúrbios, tranquilamente, vamos estar em peso na última despedida de Elvino Dias”, apelou Venâncio Mondlane, numa declaração pública que fez segunda-feira através da sua conta numa rede social.

A Ordem dos Advogados de Moçambique emitiu um comunicado no qual marca um ponto de encontro dos advogados e advogados estagiários para depois se dirigirem ao local das cerimónias fúnebres, pedindo que compareçam usando “traje profissional”.

A saída do corpo de Elvino Dias da morgue do Hospital Central de Maputo está prevista para as 8h45 locais (7h45 de Lisboa), seguida de velório na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, e o funeral está marcado para as 13h00 (12h00 em Lisboa), no cemitério de Michafutene, em Maputo.

A polícia moçambicana confirmou no sábado, à Lusa, que a viatura em que seguiam Elvino Dias e Paulo Guambe, mortos a tiro, foi “emboscada”.

O crime levou Venâncio Mondlane a convocar marchas pacíficas em Moçambique, na segunda-feira, que foram dispersas por forte atuação da polícia, com tiros para o ar e gás lacrimogéneo, e os confortos provocaram, segundo fonte hospitalar, pelo menos 16 feridos em Maputo.

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A resposta policial às manifestações foi condenada pela comunidade internacional e houve vários apelos à contenção de ambas as partes, nomeadamente de Portugal, da União Europeia e da União Africana.

As eleições gerais de 9 de outubro incluíram as sétimas presidenciais, em simultâneo com legislativas e para assembleias e governadores provinciais.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem 15 dias para anunciar os resultados oficiais, data que se cumpre quinta-feira, 24 de outubro, cabendo depois ao Conselho Constitucional a proclamação dos resultados, após concluir a análise, também, de eventuais recursos, mas sem prazo definido para esse efeito.