Senhas “fortes e únicas” para aceder aos serviços digitais, ter sempre atualizado o sistema operativo e usar a dupla autenticação são alguns dos conselhos dados pela Apritel para que os consumidores reforcem a sua cibersegurança.
Estes conselhos foram avançados à Lusa pelo secretário-geral da associação dos operadores de comunicações eletrónicas (Apritel), Pedro Mota Soares, no âmbito do mês europeu da cibersegurança.
“Se eu desse cinco conselhos rápidos e simples”, o primeiro era: “cuidado com as senhas, as ‘passwords’ que colocam, recorram a senhas fortes e únicas para cada um dos domínios que frequentam”, apontou o responsável.
Outro dos conselhos é ter “muito cuidado com os ‘links’ e os anexos quando recebem um ‘mail'”, prosseguiu, apontando que “o tema da campanha europeia este ano é exatamente esse”.
E insistiu: “Tenham cuidado quando carregam no ‘link’ sobre o qual têm alguma dúvida sobre a fonte”.
Um terceiro conselho é assegurar “permanentemente a atualização do seu ‘software’, que o seu sistema operativo tenha as últimas atualizações” porque grande parte delas são exatamente as que “garantem a segurança da utilização dos nossos equipamentos”, destacou Pedro Mota Soares.
Um quarto conselho é, “sempre que possível, utilizar dois fatores, a dupla autenticação, para assegurar a sua identidade no acesso a uma conta bancária, num acesso a uma conta de telemóvel”.
Por último, “realize frequentemente cópias de segurança dos seus dados, nomeadamente dos seus dados mais sensíveis, porque é uma forma também de garantir que, no caso de um qualquer acidente ou incidente, conseguem recuperar tudo”.
São “coisas muito simples, muito práticas, muito dirigidas às pessoas, que é importante relembrarmos, especialmente também neste mês da cibersegurança”, sublinhou o secretário-geral da Apritel.
“Cabe a todos nós, enquanto sociedade, cabe aos operadores de comunicações, cabe ao Estado ao nível central, cabe a quem tem acesso aos meios de comunicação social, cabe às autoridades específicas” ter um papel no reforço da segurança no digital “e eu acho que estes conselhos nunca são demais relembrar”, sublinhou.
Pedro Mota Soares referiu ainda que os operadores de comunicações “têm um papel, às vezes um bocadinho silencioso, mas que é essencial na disponibilização de um conjunto de serviços de comunicação que têm integrados nesses serviços (…) um elevadíssimo nível de segurança”.
Aliás, “isto implica investimento de dezenas de milhões de euros em Portugal nos últimos anos exatamente em criar a capacidade de identificar as ameaças, proteger os consumidores, ao nível do melhor que se faz no na Europa e no resto do mundo”, apontou.
“Há uma dimensão de literacia sobre a cibersegurança, sobre a segurança na utilização dos meios digitais que cabe a todos, os operadores fazem a sua parte, fazem a sua parte com os utilizadores finais, mas também fazem a sua parte de uma forma muito especial, muito dedicada, com as pequenas e médias empresas [PME]”, referiu.
Recordando que Portugal é um país com “elevadíssima taxa” de PME, salientou que os operadores “disponibilizam muitos serviços” a estas empresas “no sentido de garantir que se democratiza o acesso a serviços de segurança que, de outra forma, provavelmente, seria difícil de ter”.
Em suma, “os operadores têm um papel a desempenhar”, mas “é importante também lembrar que não são os únicos neste processo”.
O Estado “tem uma responsabilidade direta, a sociedade civil, começando como é óbvio por campanhas que permitam dar às pessoas a consciência sobre a utilização de meios digitais de uma forma segura e de uma forma que não coloque em risco a sua segurança, a segurança dos seus dados, a sua cibersegurança”, concluiu.