A cerca de duas semanas das eleições dos Estados Unidos, Kamala Harris acusou o seu oponente, Donald Trump, de ser fascista por duas vezes. As declarações foram feitas num Town Hall da CNN na Pensilvânia, com a duração de 80 minutos, durante o qual a candidata à Casa Branca se focou em criticar diretamente o antigo presidente dos Estados Unidos e frisar que, seja em que circunstância for, Donald Trump tomaria sempre decisões pior que ela.

Questionada pelo jornalista da CNN Anderson Cooper se acha que Trump é fascista, Kamala não vacilou: “Sim, acho.” E acrescentou que considera que “devíamos confiar as pessoas que melhor conhecem Trump em assuntos como este”, referindo-se às declarações que John F. Kelly, antigo chefe de gabinete de Trump quando estava na Casa Branca, fez no dia anterior, em que apelidou o antigo presidente de fascista.

E Kamala não ficou por aqui, tendo mais tarde reiterado a sua opinião sobre o seu oponente. Os temas em discussão eram a morte de civis da Palestina em Gaza — algo que Kamala Harris considerou “inconcebível” — e os eleitores que optam por ficar em casa em vez de votar.

“Não vou negar os fortes sentimentos que as pessoas têm. Não conheço ninguém que tenha visto as imagens e que não tenha sentimentos fortes sobre o que aconteceu, muito menos aqueles que têm familiares que foram mortos. Mas também sei que muitas pessoas que se preocupam com esta questão, também se preocupam em baixar o preço das compras”, começou por dizer. E acrescentou que essas pessoas “também se preocupam com a nossa democracia e em não ter um presidente dos Estados Unidos que admira ditadores e é fascista”.

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“Querem um presidente que se preocupe com a liberdade de tomar decisões sobre o seu próprio corpo, compreendendo que não estamos a tentar mudar a crença de ninguém, mas não vamos deixar que o governo diga às mulheres o que fazer.”

Donald Trump tomaria sempre decisões piores

Durante os 80 minutos de duração do Town Hall, foram várias questões que os eleitores dirigiram a Kamala Harris, que versavam sobre vários temas, como alterações ao funcionamento do Supremo Tribunal, o aumento de impostos a quem tem ordenados elevados e até imigração. Mas a candidata à Casa Branca tentou sempre focar-se em criticar Donald Trump e a sua capacidade de governação.

As críticas chegaram mesmo a tocar no facto de Trump não ter querido voltar a debater com Kamala Harris desde o único frente a frente, a 10 de setembro. “Donald Trump devia estar aqui esta noite para falar convosco e responder às vossas perguntas. Não está, recusou-se a vir”, sublinhou a candidata à Casa Branca.

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A sua fé e as suas fraquezas

No conjunto de perguntas feitas a Kamala Harris houve ainda espaço para falar de religião e das suas fragilidades. A americana assumiu que reza “todos os dias, por vezes duas vezes ao dia”. E disse ter sido criada sob o ensinamento de que “a tua fé é um verbo”, ou seja, que é necessário colocar as nossas crenças nas nossas ações diárias.

Reconhecendo depois que não é “perfeita”, Kamala Harris disse ter por hábito rodear-se de “pessoas muito inteligentes” de forma a tomar decisões com base no maior conhecimento possível, uma vez que está consciente que as suas “ações têm um impacto direto em pessoas reais”, pelo que é necessário agir de forma consciente.

Faltam apenas cerca de duas semanas para os americanos irem a votos e a campanha de Kamala Harris ainda não acabou. Esta sexta-feira será realizado um comício em Houston onde estará presente a cantora Beyoncé, avançou o Washington Post. Em julho, a cantora deu autorização a Kamala Harris para que a sua música “Freedom”, do albúm de 2016 “Lemonade” fosse utilizada na campanha eleitoral, conformou anunciou à época a SkyNews.