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Um grupo de cidadãos que inclui a ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem vai apresentar uma queixa-crime contra André Ventura e Pedro Pinto, presidente e líder parlamentar do Chega, respetivamente, depois das declarações polémicas deste último num programa de comentário televisivo. A informação é avançada pelo Diário de Notícias nesta sexta-feira.
O líder parlamentar do Chega disse na quarta-feira à noite na RTP que “se a polícia atirasse mais a matar, o país estava em ordem”. O assunto chegou esta quinta-feira ao Parlamento, com várias bancadas a condenarem a declaração, mas André Ventura saiu em defesa do seu presidente da bancada e disse, em entrevista ao canal Now, que “se a polícia tiver de entrar a matar, também tem de entrar a matar“.
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Ambas as declarações vão ser visadas numa queixa-crime que alega que estas declarações podem incorrer na prática de vários crimes, como instigação à prática de crime, apologia da prática de crime e incitamento à desobediência coletiva. Os comentários de Pedro Pinto, secundados pelo presidente do Chega, estão relacionados com a onda de tumultos que se gerou na Grande Lisboa após a morte de um morador do Bairro do Zambujal, Odair Moniz.
Ao Diário de Notícias, Francisca Van Dunem explicou a razão por que decidiu juntar-se a esta queixa-crime: “Atingiu-se um limite. Nenhum democrata pode deixar de se indignar com estas declarações”, afirmou a ex-ministra, acrescentando que a sua “consciência” a obriga a tomar uma atitude em relação a quem se aproveita deste clima para fazer apelos ao ódio e a mais violência”.
“Vou subscrever a queixa, que espero que seja subscrita pelo maior número possível de pessoas”, rematou a ex-ministra da Justiça.