Os sindicatos dos técnicos de diagnóstico e terapêutica estimam que a adesão à greve nacional desta segunda-feira ultrapasse os 80% e afirmam que a paralisação está a levar à desmarcação de exames no Serviço Nacional de Saúde.
Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica iniciaram às 00h00 desta segunda-feira uma greve de quatro dias para exigir respostas às suas reivindicações, um protesto convocado por três sindicatos que será marcado por uma manifestação na terça-feira à tarde em frente ao Ministério da Saúde.
Fazendo um primeiro balanço da greve, quando ainda estão a ser recolhidos dados, o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), Luís Dupont, afirmou que “é extremamente encorajador para aquilo que tem sido a reivindicação destes profissionais”.
“Há uma boa adesão à greve, com números que rondam para cima dos 80% e estamos a falar de uma greve de quatro dias, portanto, uma greve bastante prolongada, com consequências que lamentamos que estejam a acontecer, nomeadamente, a desmarcação de muitos exames a nível nacional“, afirmou o dirigente sindical.
Técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica iniciam esta segunda-feira greve de quatro dias
Segundo Luís Dupont, estão a ser garantidos os serviços mínimos de apoio aos serviços de urgência e tratamento dos doentes oncológicos.
Adiantou que a adesão à greve corresponde às expectativas dos sindicatos, devido ao descontentamento dos profissionais de saúde perante a falta de resposta do Governo às suas reivindicações.
“Existe um conjunto de matérias em que havia o compromisso do Governo de esclarecer, por exemplo, a famosa questão de atribuição de pontos que resulta da avaliação de desempenho que devia ter ficado esclarecida até ao fim de agosto. Era esse o compromisso do Governo”, assinalou o sindicalista.
Luís Dupont referiu que mais de 60% das instituições já “aplicaram bem os pontos” e há outras que ainda não aplicaram, o que disse ser “incompreensível para os trabalhadores”.
Há também a questão do protocolo negocial, que inclui matérias como a atualização da tabela salarial, “no âmbito daquilo que é a revalorização das tabelas que resulta de serem técnicos superiores” e que foi feita para a grande maioria das carreiras.
O presidente do STSS realçou ainda que há “um conjunto de injustiças” como o pagamento de retroativos que “não é igual para todos” e de inversões de posições remuneratórias.
“O Governo tinha-se comprometido ainda em setembro em assinarmos um protocolo negocial que incluía essas matérias todas e aquilo que temos agora no fim de outubro é que não há qualquer resposta ao pedido de reunião, ao diálogo, que pretendemos estabelecer com o Governo, e que não existe neste momento e, portanto, é este o descontentamento e é esta a resposta que os profissionais estão a dar”, declarou o presidente do STSS.
Com esta paralisação, podem não se realizar exames complementares de diagnóstico, tais como análises clínicas, ecografias, raios X, entre outros, bem como atividades nas áreas da terapêutica, nomeadamente farmácias hospitalares, fisioterapia, terapia da fala ou terapia ocupacional.
A greve, que termina às ooh00 de quinta-feira, foi convocada pelo STSS, pelo Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (Sindite) e pelo Sindicato Dos Trabalhadores Da Administração Publica (Sintap).