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O Presidente norte-americano, Joe Biden, defendeu esta segunda-feira de forma insistente um cessar-fogo e o fim da guerra na Faixa de Gaza, depois de ter votado em Wilmington, no estado de Delaware, para as eleições presidenciais nos Estados Unidos.
“Precisamos de um cessar-fogo. Precisamos de parar esta guerra. Tem de parar, tem de parar, tem de parar”, declarou aos jornalistas o Presidente norte-americano.
Biden acrescentou que vai fazer um balanço dos esforços em curso para um cessar-fogo, na sequência da proposta egípcia de uma trégua de dois dias no território palestiniano, apresentada como o primeiro passo para o fim completo das hostilidades entre Israel e o grupo islamita Hamas.
As declarações do líder da Casa Branca, após o seu voto antecipado para a escolha do seu sucessor nas eleições de 5 de novembro, surgem no mesmo dia em que o gabinete do primeiro-ministro israelita sinalizou a continuação das negociações com países mediadores, Estados Unidos, Egito e Qatar.
“As conversações vão continuar nos próximos dias entre os mediadores e com o Hamas para avaliar a viabilidade das conversações e continuar a tentar promover um acordo”, afirmou em comunicado o gabinete de Benjamin Netanyahu.
O chefe dos serviços de informações israelitas Mossad, David Barnea, regressou a Israel após se ter reunido no domingo em Doha com o homólogo norte-americano da CIA, Bill Burns, e com o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abderrahman, interlocutor do Hamas, uma vez que o grupo palestiniano não participa diretamente nas negociações.
O chefe dos serviços de informações do Egito, Hasan Mahmud Rashad, também participou nas discussões, embora Israel não o mencione expressamente na sua nota.
“Na reunião, as partes discutiram um novo esquema unificado que combina propostas anteriores e também tem em conta as principais questões e desenvolvimentos recentes na região”, refere o comunicado israelita.
Fontes próximas das conversações em Doha indicaram à agência EFE que a delegação israelita está a dar sinais positivos para que uma possível trégua na Faixa de Gaza conduza também à cessação das hostilidades e a um acordo político no Líbano.
Os mediadores veem com “otimismo” a recetividade da delegação israelita, segundo as mesmas fontes.
A principal proposta em cima da mesa é a que foi anunciada no domingo pelo Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, que se referiu a um cessar-fogo de 48 horas na Faixa de Gaza, durante o qual serão libertados quatro reféns israelitas para “reconstruir a confiança entre os mediadores e Israel”.
Após o assassínio do líder do Hamas, Yahya Sinouar, os mediadores — sobretudo os Estados Unidos — apelaram para que se aproveitasse a oportunidade para alcançar uma trégua na Faixa de Gaza, enquanto o grupo xiita libanês Hezbollah reiterou o seu compromisso de parar os seus ataques contra Israel assim que a guerra no enclave palestiniano terminar.
O conflito foi desencadeado em 7 de outubro de 2023 com um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que matou mais de 1.200 pessoas, sobretudo civis, e outras cerca de 250 foram levadas como reféns.
Israel retaliou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 42 mil mortos, também maioritariamente civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo grupo palestiniano.
A guerra alastrou-se ao Líbano, onde, após quase um ano de trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou desde setembro um forte ataque contra o Hezbollah.