O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informou, esta terça-feira, que vai pedir a condenação máxima, de 84 anos de prisão, para os executores da ex-vereadora e ativista Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A pena que vai ser pedida ao Tribunal de Júri para os réus Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, que já confessaram terem sido os executores da vereadora e do motorista em acordos de colaboração com a justiça, será decidida num julgamento que começa nesta quarta-feira. O Tribunal do Juri integrará 21 pessoas comuns e deste grupo sete serão sorteadas na hora para compor, de facto, o júri que analisará o caso.
Os dois réus foram denunciados por duplo homicídio triplamente qualificado, um homicídio tentado, e pela recetação de um veículo que terá sido utilizado no dia do crime, ocorrido em 14 de março de 2018.
Para o julgamento, os procuradores anunciaram que pretendem ouvir sete testemunhas. A acusação contará com os depoimentos da única sobrevivente do atentado, a jornalista Fernanda Chaves, que estava no carro com a vereadora e o motorista, além de familiares das vítimas e dois polícias.
Lessa e Queiroz foram presos na operação Lume, realizada pelo MPRJ e pela Polícia Civil, em março de 2019. Os denunciados serão ouvidos por videoconferência já que Lessa está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo e Queiroz está no Complexo da Papuda, um presídio federal em Brasília.
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Além dos executores, em março passado, o deputado federal brasileiro Chiquinho Brazão e seu irmão Domingos Brazão, membro do órgão de fiscalização de contas do estado do Rio de Janeiro, foram detidos sob suspeita de terem ordenado a morte da vereadora.
Ambos estão alegadamente ligados a grupos paramilitares criminosos, conhecidos como milícias, que cobram ilegalmente aos moradores por vários serviços, que dominam parte do território da cidade e, segundo as investigações, teriam ordenado que Lessa executasse o crime.
Marielle Franco era filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), tinha 38 anos, nascida numa favela e toda a sua atividade política era dedicada à defesa dos direitos humanos e à luta contra os grupos que controlam as favelas populares do Rio de Janeiro.