Kemi Badenoch venceu as eleições internas e vai ser a próxima líder do Partido Conservador do Reino Unido sucessora de Rishi Sunak. A deputada de 44 anos venceu Robert Jenrick, numa disputa que demorou várias semanas, avança a Sky News.
O resultado final dá conta de que Badenoch conquistou 53.806 votos, enquanto Jenrick conseguiu 41.388.
Rishi Sunak demitiu-se da liderança do Partido Conservador no dia 5 de julho, na sequência dos resultados eleitorais e da derrota pesada para o partido. Na altura revelou que ficaria até que fosse encontrado um sucessor e defendeu que o partido se devia conseguir “reconstruir-se” e constituir-se como uma força eficaz da oposição.
A saída do ex-primeiro-ministro da liderança do partido levou a uma luta interna que começou com uma lista inicial de seis candidatos, na qual o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros James Cleverly era considerado o favorito. Depois de uma votação realizada pelo grupo parlamentar acabaram selecionados os dois finalistas, Badenoch e Jenrick, tendo sido afastado aquele que era visto como o favorito ao cargo.
Kemi Badenoch chegou à Câmara dos Comuns em 2017 e passou por vários cargos no governo britânico nos últimos anos de governação conservadora, destacando-se o facto de ter sido ministra do Comércio Internacional durante a curta governação de Liz Truss, cargo que manteve quando Rishi Sunak substituiu a antiga primeira-ministra. Mais tarde, foi também secretária de Estado das Mulheres e da Igualdade e ministra do Comércio e das Empresas.
Kemi Badenoch já tinha sido candidata à liderança do Partido Conservador, altura em que Rishi Sunak acabou por chegar a líder dos tories, com a nova líder a ser eliminada na quarta ronda das eleições internas.
Luta a dois entre ala mais à direita dos tories
Tanto Badenoch como Jenrick são considerados representantes da ala mais à direita dos tories (conservadores), crítica do multiculturalismo, do discurso woke, adepta da redução da imigração e dos impostos.
Nascida no Reino Unido, filha de pais de origem nigeriana e criada no país africano, Kemi Badenoch defende um regresso aos valores conservadores, acusando o partido de se ter tornado mais “liberal” em questões sociais como o género e de ter “governado à esquerda”.
“Vi o sistema por dentro e o sistema está falido”, proclamou no Congresso dos Conservadores, no início de outubro, propondo-se a “reconfigurar, relançar e reprogramar” o Estado britânico.
Algumas das posições causaram polémica, como quando, no final de setembro, declarou que o pagamento da licença de maternidade era “excessivo” ou quando afirmou ao ao jornal Sunday Telegraph que “nem todas as culturas são iguais”.
Esta tendência de fazer comentários impulsivamente é considerada uma fraqueza pelos críticos, enquanto os admiradores elogiam a capacidade argumentativa e um pensamento crítico estimulante.
Antes de entrar para a política, esta engenheira de formação trabalhou nos setores bancário e informático.